Carvalhaes – Bolsas de café trabalharam em alta na semana que passou.
As bolsas de café trabalharam em alta na semana que passou. Chuvas na Colômbia, América Central e Vietnã, prejudicou o bom andamento das colheitas de café nessas regiões e as altas do real frente ao dólar estimularam a valorização dos contratos de arábica na ICE Futures US, em Nova Iorque, principal termômetro dos preços do café, e também em Londres e São Paulo.
No Brasil, as chuvas sobre as regiões produtoras de café ainda são irregulares, mas aos poucos estão chegando em bom volume a todo sudeste brasileiro, onde se concentra nossa produção. As últimas análises climáticas aventam a possibilidade de um novo período de estiagem no final deste mês de outubro.
A situação da próxima safra brasileira de café já está definida e não serão dois milhões de sacas, para cima ou para baixo, os responsáveis por uma alteração profunda no andamento do mercado mundial de café. O quadro é de mudanças climáticas nas regiões produtoras de café, equilíbrio precário entre produção e consumo mundial, estoques perigosamente baixos e consumo crescendo acima de dois milhões de sacas ao ano. Portanto o que é possível enxergar para os próximos anos é escassez de matéria-prima e oferta apertada.
Em nossa opinião, como já dissemos em outros boletins, a variável a ser acompanhada é a situação econômica e política do hemisfério norte, principalmente da zona do euro, onde a cada semana aumenta a preocupação com a situação de importantes bancos. Ministros de finanças e presidentes de bancos do G-20 estão reunidos hoje e amanhã, em Paris, debatendo como será feita a recapitalização dos bancos da zona do euro.
Afastado o risco de uma recessão profunda na economia mundial, os fundamentos do mercado de café deverão levar os preços a um novo patamar.
No mercado físico brasileiro os preços do café não acompanharam as bolsas e praticamente não subiram esta semana, dificultando assim o bom desenvolvimento dos negócios. O mercado mostrou interesse por todos os tipos de café, mas as bases oferecidas pelos compradores levaram muitos cafeicultores a adiar vendas, aguardando preços melhores, que reflitam a situação de escassez e a elevação dos custos de produção.
Até o dia 13, os embarques de outubro estavam em 733.357 sacas de café arábica, 87.373 sacas de café conillon, somando 820.730 sacas de café verde, mais 63.267 sacas de solúvel, contra 867.330 sacas no mesmo dia de setembro Até o dia 13, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 1.342.601 sacas, contra 1.137.779 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque (ICE), do fechamento do dia 7, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 14, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 1520 pontos ou US$ 20,10 (R$ 34,82) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 7 a R$ 527,06/saca e sexta, dia 14, a R$ 548,83/saca. Sexta-feira (14), nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 190 pontos.