São Paulo, 26 de Maio de 2006 – Após reunião na matriz francesa com representantes de 30 países, o Carrefour se prepara para exportar produtos de marca própria brasileira. Segundo Pablo Rego, diretor de marca própria, a expectativa é realizar uma troca entre os países. A maior demanda para o Brasil é de produtos como palmito, sucos de frutas, vegetais sem conserva, cacau e café.
Segundo o executivo, o País deve importar vinhos e queijo de marca própria francesa e também produtos de perfumaria. Atualmente, o Carrefour conta no Brasil com uma linha com 1,4 mil produtos de marca própria na área de não-alimentos. Esses produtos representam 13% do faturamento das categorias em que estão inseridos.
Formação de líderes
O ano de 2006 marcará um período de reposicionamento da rede de supermercados Carrefour no Brasil. Após anunciar a aceleração da expansão das lojas, com a abertura de 15 novas unidades, contra apenas quatro no ano passado, além da extinção da bandeira de supermercados Champion e o desenvolvimento de um novo formato, o Carrefour Bairro, a rede francesa está investindo pesado na formação de líderes para acompanhar.
Só neste ano serão R$ 24 milhões em treinamento, valor três vezes superior ao de 2004. Segundo Renata Moura, diretora de recursos humanos, a idéia é atender todos os processos de inovação. “Estamos investindo em novos formatos, conceitos, modelos de serviços e também na forma de pensar o relacionamento com o cliente. O antigo gestor, aquele que sabia fazer acontecer, terá de ser também aquele que inspira as pessoas a quererem fazer.”
A rede lançou ontem a Academia de Líderes, como parte do Instituto de Formação Carrefour, para desenvolver capacidades de lideranças de mil executivos, entre diretores, gerentes e gestores, que atuarão como agentes multiplicadores do conhecimento. “Com a expansão, teremos 16 diretores, 80 gerentes e 4 mil novos funcionários.”
Para Antonio Marques Ucho, novo diretor da academia, há 27 anos no Carrefour, “existe uma movimentação mundial das empresas em busca da transformação e o diferencial competitivo é a liderança”. Renata cita as reuniões semestrais que o Carrefour tem feito com os fornecedores. “É uma quebra de paradigma do varejo.” Ao invés de sentar na mesa para discutir margens de vendas, a empresa propõem falar de tendências do negócio e possibilidade de crescerem juntos. Essas iniciativas são exclusivas do Brasil. “Na França, temos um instituto de treinamento em Nice mais focado em gestão.”