SÃO PAULO, 2 Maio (Reuters) – O Ministério da Agricultura informou nesta quinta-feira que a entrevista com o ministro Antônio Andrade, na qual seria anunciado um novo preço mínimo do café, foi cancelada.
Em nota, a assessoria de imprensa do ministério não explicou o motivo do cancelamento. A assessoria disse ainda à Reuters que não sabe se o preço mínimo foi ou não elevado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Os futuros do café arábica registraram forte alta nesta quinta-feira na bolsa de Nova York diante da notícia de que o Ministério da Agricultura do Brasil anunciaria, às 15h, o novo preço mínimo do produto, disseram fontes do mercado.
Em nota pela manhã o Ministério da Agricultura não informou para quanto poderia subir o preço mínimo.
O preço mínimo é utilizado para a formulação de uma política de sustentação das cotações no maior produtor e exportador global da commodity.
Operadores do mercado disseram mais cedo que a alta nesta quinta-feira na bolsa de Nova York, que chegou a subir mais de 4 por cento, estava relacionada ao novo preço mínimo.
“Após o preço mínimo, deve ser divulgada alguma política de sustentação de preços… Parece que essa alta é uma antecipação do mercado a essas políticas”, disse Eduardo Carvalhaes Júnior, da corretora Carvalhaes, ao comentar o assunto.
O primeiro contrato do café fechou com alta de 3,3 por cento (preliminar), a 1,39 dólar por libra-peso, após subir mais de 4 por cento.
Uma elevação do preço mínimo é aguardada por agricultores do Brasil, que sofrem com preços internacionais oscilando perto da mínima de três anos, após uma safra recorde no país e com a proximidade de uma nova grande colheita.
Atualmente o preço mínimo do café arábica está em 261,69 reais.
Os preços praticados atualmente no mercado do arábica estão ao redor de 300 reais por saca.
A alta no preço mínimo do café poderá viabilizar algumas ferramentas governamentais de apoio ao setor, como os leilões de contrato de opção de venda.
“É o primeiro passo. Se o governo anunciar um preço mínimo, eu acho que o setor produtivo fará pressão para que novas medidas sejam tomadas para sustentar os preços”, afirmou o agrônomo e pesquisador de café Sérgio Pereira.
Um exportador com sede em Santos também disse, na condição de anonimato, que a alta no mercado nesta quinta-feira era decorrente do anúncio do governo.
O Conselho Nacional do Café (CNC), entidade que reúne produtores e cooperativas, pede que o mínimo seja reajustado para 340 reais por saca.