VENILSON FERREIRA
Os analistas do Instituto FNP prevêem um viés de baixa nos preços de terra para cultivo de grãos. A situação é diferente, porém, no caso das terras destinadas ao cultivo da cana-de-açúcar, atividade que atravessa verdadeiro boom no País, das terras destinadas ao reflorestamento e até certo ponto nas terras destinadas ao café e à fruticultura.
Na opinião dos técnicos, a contínua valorização do real frente ao dólar corrói a renda dos agricultores e tem inevitáveis efeitos sobre os preços das terras. Além disso, segundo os analistas, o ano eleitoral, que a princípio poderia sinalizar para uma melhora do cenário econômico com o afrouxamento da política econômica, parece que não trará benefícios tão evidentes.
Na visão da FNP, existem fatores favoráveis à valorização dos preços da terra, como a elevação dos gastos públicos, o aumento do salário mínimo, a correção da tabela de descontos do IR na fonte e a tendência da queda de juros no mercado interno. Por outro lado, a necessidade de conter os preços da cesta básica, o populismo cambial e a continuidade da política de contenção de todos os investimentos de menor visibilidade eleitoral são pontos altamente negativos e devem anular qualquer efeito positivo da proximidade das eleições para o setor.
Os técnicos observam ainda que a análise de curto prazo revela um panorama negativo, “mas um olhar mais atento no longo prazo possibilita visualizar que o preço médio das terras subiu 31,7% nos últimos três anos, para uma inflação acumulada no período de 19,54%”.