Ações Integradas de Consolidação no Café do Paraná
Promoção: | Governo do Estado do Paraná |
Sistema Estadual de Agricultura | |
Realização: | Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná |
Execução: | EMATER – Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural |
IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná |
Parceiros realizadores:
Câmara Setorial do Café
Associação dos Municípios do Paraná
Prefeituras – Secretarias Municipais de Agricultura
APAC – Associação Paranaense dos Cafeicultores
Bolsa de Cereais e Mercadorias
MAA – Ministério da agricultura e do Abastecimento
MDCI/DENAC – Ministério do Desenvolvimento do Comércio e da Industria / Departamento Nacional do Café
Cooperativas Agropecuárias do Estado do Paraná
CLASPAR – Empresa Paranaense de Classificação de Produtos
CCCNP – Centro do Comércio de Café do Norte do Paraná
Sindicato do Comércio de Café
SEAB/Departamento de Economia Rural
OCEPAR – Organização das Cooperativas do Estado do Paraná
FAEP – Federação da agricultura do Estado do Paraná
FETAEP – Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Paraná
SERT – Secretaria Estadual das Relações do TrabalhoABIC
Associação Brasileira das Industrias de Torrefação de Café
ABICS – Associação Brasileira das Industrias de Café Solúvel
Novo modelo
Ao propor ações integradas entre o governo e iniciativa privada para a consolidação do café no Paraná, é fundamental registrar que o mesmo passou por vários processos de desenvolvimento desde a colonização até a data de hoje.
As atividades atuais para efeito desta campanha decorreu das diretrizes estabelecidas no Programa Integrado para Revitalização da Cafeicultura, fundamentado no modelo tecnológico de produção de café adensado que teve diversas ações pontuais como: Pesquisa agronômica, Infra-estrutura para produção de mudas de café apoiado pelo governo do estado e prefeituras, subsídios à aquisição de calcário e adubo, formação e qualificação de produtores rurais, assistência técnica e extensão rural, constituição da câmara setorial e estudo da cadeia produtiva do café.
Na atual conjuntura, a fase de ações integradas desenvolvidas pelas várias entidades contemplam em especial a melhoria da qualidade do produto. E, paralelamente, visando o futuro próximo, a implementação de ações para organização do produtor, da produção e da comercialização e aquisição conjunta de insumos, além da difusão das técnicas de manejo e condução das lavouras adensadas.
Mais renda e emprego
O novo modelo de cafeicultura implantado no Estado, com 20.897 hectares de área de café adensado, atende as finalidades de diversificação agrícola, a maior oferta de empregos rurais e o aumento da fonte de renda das propriedades rurais, com comprovada melhoria de produtividade em relação à cafeicultura tradicional.
A realidade atual da cafeicultura paranaense é evolutiva e crescente, hoje são cerca 17 mil produtores rurais na atividade, cultivando 154.554 hectares distribuídos em 210 municípios, gera 86368 empregos permanentes e cerca de 259.104 empregos temporários durante o período de colheita. O café adensado, além de ser orientado para adoção nas pequenas propriedades rurais é também o substituto das lavouras improdutivas e decadentes cultivadas no sistema tradicional.
A participação competitiva dos produtos agrícolas em economia globalizada exige menores preço com maior qualidade e diferenciações que agreguem mais valor, tendo como conseqüência mudanças no perfil do mercado comprador. O objetivo é tornar o café do Paraná um produto diferenciado tanto na competição das commodities como nos nichos especializados de consumo.
O esforço integrado do governo e iniciativa privada na viabilização da nova cafeicultura paranaense, deve contar também com um produto final de qualidade. Para isso, serão necessário a adoção, por parte dos produtores, de recomendações, orientações tecnológicas na fase de colheita e processamento do produto, obtendo assim, um melhor tipo e bebida.
Ao desenvolver procedimentos que proporcionem qualidade, produz-se uma imagem melhorada tanto do produto como do produtor permitindo melhores condições de competição nos mercados interno e externo com agregação de mais renda.
A baixa qualidade do produto aliado a má fama do café produzido no Paraná fez com que deixasse de ingressar no setor produtivo no período de 1980 a 1998 a importância de US$ 152,1 milhões, ou US$ 8,45 milhões por ano, comparando com os preços médios recebidos pelos produtores e valor da produção no Brasil e no Paraná.
O padrão de qualidade perseguido e que o diferencia é a produção de café cereja descascado, café orgânico e o café tipo 6 bebida dura.
Público
Cafeicultores familiares
Cafeicultores empresariais.
Técnicos da rede oficial e privada.
Problemas visados pela campanha:
Baixa qualidade do produto, em função do clima, métodos inadequados de colheita e secagem do café no terreiro.
Pouca organização dos cafeicultores. ( somente 31% dos produtores vendem seu café através de cooperativas).
Falta produto de qualidade e quantidade para exportar.
Má fama do café produzido no Paraná.( tipo e bebida ).
Falta uma ação conjugada do governo e dos agentes da cadeia produtiva, na questão de se trabalhar uma melhor imagem do café do Paraná..
Pouca utilização da técnica de colheita no pano, sendo que a maioria dos cafeicultores fazem a derriça do café no solo, misturando café da árvore com café já existente no solo.( 64% dos produtores fazem derriça no chão).
Ponto de colheita nem sempre é observado, colhendo-se produtos com alto índice de grãos verdes.
Mistura de lotes diferentes no terreiro.
Terreiros com tamanho mal dimensionado.
Falhas no processo de secagem no terreiro.
Problema no armazenamento, principalmente em relação ao teor de umidade.
Comercialização, 55% dos cafeicultores vendem seu café para maquinistas, e,14% via bolsas de mercadorias e exportadores.
86% dos produtores comercializam o seu café em coco.
Não conhecimento dos diversas instrumentos de comercialização.
Desvalorização do produto final devido a qualidade inferior
Mais Qualidade, Mais Renda
Produzir café com maior qualidade que aquele produzido atualmente, através da resolução dos problemas da colheita, da secagem no terreiro, armazenamento do produto e do beneficiamento, obtendo em consequência melhores resultados econômicos.
Ações
Promover as melhores técnicas de colheita, secagem do café no terreiro e armazenamento.
No período de comercialização proporcionar conhecimentos aos produtores sobre a importância da “renda”, do tipo e da bebida do café produzido.
Organizar os produtores para a compra em comum de insumos e equipamentos, para o processamento de café cereja descascado e beneficiamento nas propriedades visando a formação de lotes homogêneos com vistas a comercialização.
Aumentar a competitividade do produto com vistas a melhorar a sua participação no mercado nacional e internacional.
Capacitar produtores e técnicos quanto as técnicas de colheita, processamento, e instrumentos de comercialização.
Propiciar ações para a efetiva integração dos agentes da cadeia produtiva na campanha e qualidade.
Aumentar a competitividade frente as demais regiões produtoras.
Aumentar o volume de café de boa qualidade, garantindo a regularidade da oferta.
Período de realização
De abril 99 a outubro de 2002
Área de atuação
A presente campanha abrangerá 10 Agências Regionais e 210 Agências Municipais da Emater Paraná
Metas – Produtor rural
Capacitar 1000 produtores rurais em técnicas de colheita parcelada, colheita no pano, secagem e manejo no terreiro, informações de mercado e instrumentos de comercialização. Através do método treino e visita, cursos profissionalizantes, vídeo técnico, manual técnico e retroprojeção.
Envolver 3000 produtores rurais, também em orientações descritas acima, através de encontros, dias de campo, reuniões técnicas e visitas, com o uso de convites, manuais técnicos, vídeo técnico, alegorias e retroprojeção.
Atingir 6.000 produtores rurais através de mala direta, distribuindo manuais técnicos, via Emater, prefeituras, cooperativas, associações, sindicatos, bancos e compradores de café.
Técnicos da iniciativa privada e oficial
Treinar 40 técnicos da iniciativa privada, e 90 técnicos da rede oficial, através da realização de cursos e encontros, vídeo técnico, manual técnico e retroprojeção.
Parceiros
Envolver 1000 instituições ao nível municipal, regional e estadual, com o envio de carta e manual técnico ao parceiro.
Atingir 1000 engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas e suas associações via mala direta, distribuindo o manual técnico via carta ao parceiro.
Resultados esperados junto aos produtores de café
Resultados | Unidade medida | Atual | 1999 | 2000 | 2001 | 2002 |
Colheita no pano | % | 36 | 45 | 55 | 65 | 75 |
Venda de café beneficiado | % | 14 | 25 | 37 | 50 | 60 |
Conhecer o tipo e bebida | % | 30 | 40 | 50 | 60 | 75 |
Amostras/ano analisadas | N.º | ——– | 300 | 300 | 300 | 300 |
Produtores assistidos | N.º | 5.900 | 7.000 | 8.000 | 9.000 | 10.000 |
Impacto Econômico Esperado
Com a campanha espera-se que os produtores passem a vender o café já beneficiado, com isso haverá um incremento de receita na ordem de:
o 1999 ———————————————– R$ 4,04 milhões
o 2000 ———————————————– R$ 8,46 milhões
o 2001 ———————————————– R$ 13,25 milhões
o 2002 ———————————————– R$ 16,85 milhões
A adoção da colheita no pano e o manejo correto da secagem no terreiro, permitirão uma melhoria da qualidade do café, proporcionando uma agregação de renda ainda maior.