Câmbio torna-se grande aliado dos cafeicultores da Colômbia

Os cafeicultores colombianos encontraram este ano um aliado que já começa a gerar bons dividendos: a desvalorização do peso, fenômeno que, ao prolongar-se, poderia contribuir para a recuperação das receitas perdidas ao longo dos últimos quatro anos por conta do dólar em baixa. Além disso, os preços internacionais do grão têm se mantido neste ano em níveis superiores a 1,30 dólar por libra, o que permitiu um incremento no valor da carga de café, que nos últimos dias chegou ao nível de 650 mil pesos (254,81 dólares) por carga de 125 quilos.


Segundo os levantamentos diários da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), no ano de 2009 o preço interno do grão subiu 18,5%, como resultado de uma fórmula que combina cotação internacional favorável com câmbio positivo. Porém, a desvalorização do peso não deixa contente apenas os cafeicultores. A avaliação positiva também é verificada em segmentos como flores, banana, cana, palma, entre outros. E há razões para que cafeicultores e outros exportadores se sintam cômodos, pois a desvalorização melhorou substancialmente as receitas (15,42% no ano) e há a expectativa de que a tendência favorável da taxa de câmbio se mantenha.


Entre janeiro e dezembro de 2008, a mudança no preço não foi substancial, pois o ano foi aberto em 501.520 pesos (196,60 dólares) por uma carga de 125 quilos e fechou em 570.652 pesos (223,70 dólares). Uma baixa considerável foi reportada em maio — 434.980 pesos (170,51 dólares) — e o pico se deu em setembro com 540.713 pesos (211,96 dólares).


Durante este ano, de janeiro a 5 de março, o preço interno aumentou 70.625 pesos (27,68 dólares), ao passar de 570.635 pesos (223,69 dólares) para 641.250 pesos (251,37 dólares). As razões do aumento do preço interno são várias. Em primeira instância não pode ser desconsiderada a escassez do grão, devido a uma baixa na produção, ocasionado pelos problemas climáticos que atingem o país desde agosto do ano passado.


A queda na produção também foi impulsionada por um menor uso de fertilizantes, devido aos altos preços dos fertilizantes registrados no país e pelo programa de renovação de lavouras. Em números, a produção cafeeira do país caiu 9% durante 2008, as exportações baixaram 2%, situando-se em 11,103 milhões de sacas, 198 mil a menos que em 2007. “Tivemos 211 mil hectares que saíram de produção desde 2006. No entanto, já para o segundo semestre deste ano essas mesmas áreas voltarão a produzir mais que antes, pois essa é a finalidade do programa de renovação”, disse Juan Lucas Restrepo, diretor comercial da Federação.


“Assim, vamos buscar a meta de exportar 17 milhões de sacas em 2014”, complementou. Além dos fatores mencionados, o mercado mundial tem notado outros dois fenômenos: a redução dos estoques e um incremento no consumo dos países importadores. Nesse último caso, a tendência é de alta, já que nos últimos anos a demanda se ampliou um 7,3 milhões de sacas, passando de 84,5 milhões de sacas em 2003 para 91,8 milhões de sacas em 2007.


 

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