Fernando Lopes
O Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro), calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Cepea/Esalq), encerrou o primeiro trimestre de 2006 abaixo da média dos últimos 17 anos. Em janeiro e fevereiro, o IAT-Agro registrou variações negativas de 0,74% e 6,14%, respectivamente, e em março houve variação positiva de 2,06%.
O índice resulta do “cruzamento” de outros três indicadores: um que mede câmbio (IC-Agro), outro que reflete preços internacionais do agronegócio (IPE-Agro) e um terceiro que aponta o volume exportado pelo setor (IVE-Agro). O primeiro é montado a partir de uma cesta de dez moedas, enquanto os outros dois acusam movimentos de 33 produtos – de primários a processados.
Segundo Fabiana Fontana, pesquisadora do Cepea, a valorização do real medida pelo IC-Agro chegou a 2,6% nos três primeiros meses do ano. No intervalo, os preços calculados pelo IPE-Agro subiram, em média, 0,14%, e em março o volume medido pelo IVE-Agro cresceu 7,68%. “Apesar do volume ter crescido, como a valorização do real superou a dos preços houve perda de competitividade das exportações brasileiras do agronegócio”, afirmou Fabiana.
Segundo ela, a comparação entre os resultados de março de 2006 com os últimos 17 anos mostra que apenas o café ficou acima da média. Na relação entre março e 2005, suco de laranja e açúcar, além do próprio café, mostraram-se mais atrativos para as exportações. Conforme Fabiana, a turbulência nos mercados financeiros nos últimos dias não permite a identificação de manutenção ou mudança de tendência do IAT-Agro.