Câmbio e crise no campo reduzem lucro da Fosfertil

São Paulo, 10 de Março de 2006 – A Fosfertil, maior fornecedora de matéria-prima para a indústria de fertilizantes, fechou 2005 com vendas 1,9% maiores, porém seu faturamento e lucro caíram 11,5% e 41,3%, respectivamente. “O câmbio e a crise de renda de lavouras como a soja reduziram a demanda por nossos produtos e nossas margens”, diz Luiz Antonio Bonagura, diretor de finanças e relações com investidores da empresa.

O faturamento bruto recuou ficou em R$ 2,24 bilhões e o lucro líquido em R$ 264,8 milhões no ano passado.

Já as vendas registraram pequeno crescimento de 1,9%. A queda da demanda por parte dos produtores de soja se refletiu nos volumes de fosfatados, que recuaram 3,5%, para 875,6 mil toneladas. Já o bom momento do café e da cana-de-açúcar ajudaram a puxar para cima as vendas de nitrogenados, que cresceram 3,1%, para 641,1 mil toneladas.

Somadas, o volume de nitrogenados e fosfatados caiu 0,8%, para 1,51 milhão de toneladas. O resultado foi compensado pelo segmento químico, que cresceu 2,5%. O destaque foram os nitratos de amônio de baixa densidade usados pela indústria de explosivos industriais.

A queda de 0,8% nos volumes de fosfatados e nitrogenados, no entanto, nem se compara à retração de 13% das vendas de adubos no ano passado. “Nosso desempenho foi melhor que a média porque ganhamos participação de mercado sobre produtos importados”, explica.

A empresa está otimista para 2006. Neste mês, a unidade de Uberaba (MG) opera com a capacidade aumentada, que resultará em 160 mil toneladas extras de fosfatados. “Reformulamos a política de vendas para dar vazão ao crescimento”.

Bonagura criticou decisão do governo de reduzir de 2% para zero a tarifa de importação dos fertilizantes. “A competição é desleal, porque eles não pagam os impostos interestaduais de movimentação de carga, que são de 8,9% do valor do produto”.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Lucia Kassai)