A produção de café brasileira deve sofrer uma baixa neste ano devido ao calor, acredita Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé, maior exportadora da commodity do país.
Segundo ele, as fortes temperaturas registradas em janeiro e dezembro passado fizeram que os grãos da safra atual ficassem menores do que o normal.
“Vai haver quebra. O grão de peneira 17/18, o maior, mais valioso e que as empresas de cafés especiais preferem, normalmente equivale a 30% de uma amostra. Neste ano, está dando 22%”, afirmou em evento para divulgação de uma nova joint venture da cooperativa nesta terça-feira, em São Paulo.
Segundo ele, em regiões de maior altitude, onde as temperaturas são amenas, o problema tem sido menos frequente.
“A minha impressão é que a seca não influenciou tanto, mas o calor sim. Porque até mesmo em lugares com irrigação, principalmente no Cerrado de Minas Gerais, o café deu grãos miúdos”.
Em 2014, a Cooxupé colheu 5 milhões de sacas de café. A estimativa para este ano é de alcançar 5,2 milhões.
“Só vamos conseguir produzir a mesma quantidade porque aumentamos a quantidade de cooperados em cerca de 15%. Se fizéssemos um corte com o mesmo número do ano passado, daria uma quebra”, afirmou.
“Isso, inclusive, já impactou os preços. Mas eles voltaram a cair por conta da crise na China. Em plena colheita, a saca chegou a valer 500 reais, agora que começou essa turbulência é que caiu. Ontem estava a 440 reais”, completou.
A dimensão exata da perda só poderá ser calculada no fim da colheita, de acordo com Costa.
Fonte: EXAME.com (Luísa Melo)