fonte: Cepea

CÁLCULOS NA RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA

FERTILIZANTES SÓLIDOS

Conhecendo-se o teor de nutrientes no fertilizante orgânico sólido, que é dado com base na matéria seca, o teor de matéria seca ou matéria orgânica e o índice de conversão da forma orgânica para a forma mineral, pode-se calcular, dentro de um raciocínio lógico, a quantidade de fertilizante a ser aplicada. Ou, a seguinte fórmula pode ser útil para os referidos cálculos:


X= ________A_________


B/100.C/100.D/100


Onde:



X = Quantidade do fertilizante orgânico sólido aplicado ou a aplicar (Kg/ha; g/planta);


A = Quantidade do nutriente aplicado ou a aplicar (Kg/ha; g/planta);


B Teor de matéria seca do fertilizante (%);


C Teor do nutriente na matéria seca (%);


D = Índice de conversão (%) (Tabela).


 


Considerando a baixa disponibilidade normalmente verificada para os fertilizantes orgânicos e considerando que se deve evitar a aplicação de nutrientes em quantidades muito superiores às recomendadas, os cálculos devem tomar por base, inicialmente, o nutriente cuja quantidade será satisfeita com a menor dose.


FERTILIZANTES LÍQUIDOS



Para o caso dos fertilizantes orgânicos líquidos (chorume e vinhaça), a fórmula passa a ser a seguinte:


 


X= ____A___


C´. D/100


Onde:



X Quantidade de fertilizante orgânico líquido aplicada ou a aplicar (m3/ha; 1/planta);


C’= Concentração do nutriente no fertilizante (Xg/m3; g/l);


D = Índice de conversão (%). (Tabela)


CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS


Existem alguns produtos naturais que podem ser preparados na própria fazenda. Entre as calda. mais utilizadas destacamos: a calda de fumo, a bordalesa e a viçosa, que fazem parte do receituário orgânico. Abaixo são apresentadas as receitas básicas:



Calda de fumo:



1) ferver 10 litros de água


2) adicionar 100 gramas de fumo de corda picado, deixando de molho por 24 horas


3) armazenar por até 30 dias em garrafôes


4) na hora de utilizar, 500 ml da solução para cada 100 litros de água


5) pulverizar nas áreas atacadas


 


O extrato ou calda de fumo pode ser usado em associação com outros dois produtos: extrato de pimenta vermelha e solução de sabão neutro, para melhorar sua eficiência. O extrato de pimenta pode ser preparado da seguinte maneira:




1) macerar 20 gramas de pimenta


2) dissolver o macerado em um litro de álcool


3) deixar esta solução descansando por uma semana antes de utilizar


A solução de sabão é preparada dissolvendo-se 50 gramas de sabão neutro em um litro de água quente. Esta solução vai funcionar como um espalhante-adesivo.


O preparo deste material em conjunto é feito juntando-se um litro da calda de fumo, meio copo de extrato de pimenta e toda a solução de sabão. Este material é colocado em um pulverizador costal de 20 litros de capacidade, que é completado com água, misturando-se bem a solução. E utilizado no controle do bicho mineiro, em infestações que atinjam o nível de dano econômico.


Calda Bordaleza




1) colocar 100 gramas de sulfato de cobre em um saco de pano pequeno


2) mergulhar o saco contendo o sulfato de cobre em cinco litros de água quente, deixando-se de molho por 24 horas.


3) dissolver 100 gramas de cal virgem de boa qualidade em cinco litros de água, que devem ser despejadas sobre o produto


4) despejar a solução de sulfato de cobre sobre a solução de cal, misturando bem com um bastão


5) coar a mistura e despejar no pulverizador para a aplicação


A calda bordaleza é um fungicida cujo uso é permitido na agricultura orgânica porque o sulfato de cobre é um produto pouco tóxico que contribui para melhorar o equilíbrio nutricional das plantas.


Calda Viçosa




1) 100 gramas de sulfato de cobre


2) micronutrientes


3) uréia


4) 100 gramas de cal virgem de boa qualidade que deve ser dissolvido em um balde de água


5) O cobre + micronutrientes + uréia podem ser dissolvidos juntos, num balde separado, e colocados no tanque lentamente, com agitação


6) Colocar em seguida o leite de cal


A calda viçosa tem ação contra fungos, bactérias e algumas pragas; fornece nutrientes essenciais às plantas; fortalece a folhagem e os frutos; tem ação preventiva; ajuda a reduzir o custo de produção e não deixa resíduos tóxicos.


 CORREÇÃO E MANEJO DO SOLO




Procedimentos Recomendados:


São recomendadas todas as práticas de manejo orgânico do solo, que potencializam a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas das lavouras cafeeiros.


A preocupação geral deve ser com a melhoria das propriedades do solo. É importante o manejo adequado dos resíduos orgânicos provenientes da lavoura, como é o caso da palha de café, a incorporação constante da matéria orgânica produzida no local ou de fora, desde que isenta de agentes químicos ou biológicos com potencial de poluição, infestação e contaminação do solo. As demais técnicas de manejo e conservação do solo e da matéria orgânica também são recomendadas, a saber cobertura morta e viva, adubação orgânica e verde, implantação de quebra ventos, além de conservação de áreas com remanescentes da vegetação natural e reflorestamento, curvas de nivel, faixas de retenção, terraceamento, e outras técnicas visando a manutenção do equilíbrio biológico do agroecossistema da lavoura cafeeira, A cobertura do solo deve ser mantida pelo maior espaço de tempo possível, para evitar a incidência direta da chuva e do sol. No preparo do solo, afora a utilização das terras segundo sua classe de aptidão agrícola ao cultivo do café, é aconselhado o uso preferencial de implementos escarificadores e subsoladores,que não invertem a camada arável e não pulverizam excessivamente o solo. São também aconselhadas as práticas de cultivo uníninto e plantio direto. Não são estabelecidos níveis máximos permitidos de corretivos de solo, mas as correções do PH e do fósforo devem ser feitas de forma gradativa, durante anos, evitando-se aplicações maciças de corretivos e fontes de fósforo em um único ano agrícola. Irrigação e drenagem podem ser feitas, desde que corretamente, sob os pontos de vista técnico e ecológico, e seja boa a qualidade de água utilizada: potável e isenta de agentes químicos e biológicos que possam comprometer a produção e os recursos naturais.


   Procedimentos eventualmente tolerados: Esses procedimentos não podem se tornar regras nas lavouras cafeeiras.



  • Uso de implementos para o preparo do solo que causem sua desestruturação e inversão, como arados e grades de discos e enxadas rotativas, entre outros.

  • Uso de matéria orgânica produzida fora da propriedade, desde que isenta de agentes químicos e biológicos com potencial contaminaste ou poluente.





Procedimentos Proibidos:



  • Utilização de material orgânico com resíduos químicos ou biológicos com potencial poluente ou contamlnaflte.


  • Inexistência de planejamento e emprego de sistemas, práticas e técnicas de manejo orgânico do solo.
  • Queimadas sistemáticas da biomassa’.


  • Erradicar flora e fauna, ou manter sem cobertura vegetal, as áreas de proteção de mananciais, reservas legais e áreas de classe de capacidade de uso Vfl e VIIL

II- NUTRIÇÃO VEGETAL


 


Procedimentos Recomendados:


    Sendo o solo um organismo vivo e dinâmico, todos os produtos nele incorporados devem ter efeito positivo em suas características físicas, químicas e biológicas, para sua melhoria, diversificação de manutenção. E possível, entretanto, adicionar-se eventual e esporadicamente elementos em falta, limitantes da plena atividade biológica do solo e das plantas, em formas e dosagens adequadas. Entre esses elementos destacam-se o cálcio e o fósforo, principalmente nas condições brasileiras. Nesse sentido são recomendados o uso de:


    –  Calcários (caicítico, magnesiano e dolomítico).


    –     Fosfatos naturais e semi solubiizados, farinha de ossos, termofosfatos, escórias e outras fontes com baixa solubilidade.


    – Minerais de rocha moídos que sejam fontes de cálcio e/ou magnésio, fósforo, potássio,e outros elementos.


    – Cinzas vegetais e resíduos de biodigestores.


    – Esterco animal, preferencialmente combinado com métodos microbiológicos (aeróbicos e anaeróbicos) “compostagem”, livres de agentes químicos e biológicos como antibióticos que poluem ou de potencial contaminação do bio-ecossistema.


    – Húmus de minhoca, guanos e turfas.


    – Tortas e farinhas de resíduos vegetais e animais.


  • Procedimentos Tolerados: São toleradas aplicações esporádicas e eventuais de produtos de solubilidade e concentração médias, como fonte supridora de energia aos organismos do solo, principalmente nos sistemas orgânicos em implantação e desenvolvimento de cultivo do café.

Incluem os seguintes produtos:


– Superfosfato simples.


– Diversas fontes de micronutrientes de aplicação por via líquida ou sólida.


  • Resíduos industriais, agro-industriais e urbanos(lixo e esgoto, entre outros), desde que isentos de agentes químicos e biológicos com potencial poder de contaminação ou poluição dos recursos naturais e da produção.

– Condicionadores de equilíbrio do solo dc origem mineral, animal e vegetal.




– Algas marinhas, plantas aquáticas ou similares, preferencialmente processadas ou biocompostas.



  • Produtos inoculantes à base de microrganismos benéficos * ativação e manutenção da atividade biológica do solo.

C. Procedimentos Proibidos:


– Utilização de adubos químicos em geral, de média a alta concentração e solubilidade.


– Emprego de agrotóxicos, biocidas e Herbicidas químicos em geral.


  • O uso de produtos com propriedades corretivas, fertilizantes ou condicionados do solo com agentes químicos e biológicos potencialmente contaminantes ou poluentes do solo.

 



III – PROTEÇÃO DAS PLANTAS A PRAGAS E DOENÇAS


-Procedimentos Recomendados: No cultivo do café orgânico, o controle de pragas e doenças é obtido basicamente por meio de medidas preventivas, como a adoção de práticas culturais adequadas, processos mecânicos e biológicos e a utilização dos recursos naturais disponíveis. De modo geral, os insetos, os fungos, as bactérias e os vírus potencialmente predadores, convivem em equilíbrio com os organismos benéficos nos ecossistemas pouco alterados, tornando-se  pragas ou doenças em condições ecológicas especificas. O equilíbrio biológico normalmente quebrado em decorrência de uma alteração ou simplificação significativa do ecossistema,, pela erradicação da  flora e da fauna originais, por um manejo do solo que conduz à sua degradação física, química e  biológica, pela artificialização excessiva do processo produtivo agrícola, pelo emprego inadequado da mecanização e produtos químicos, como agrotóxicos, fertilizantes altamente solúveis, entre outras causas. A nutrição vegetal do cafeeiro por meio de fertilizantes altamente solúveis, principalmente o nitrogênio, induz uma aparência viçosa à planta, ao mesmo tempo em que provoca o seu


tecnicamente utilizadas.


– Iscas formicidas exceto aquelas à base de dodecacloro.


C. Procedimentos Proibidos:


  • Uso de qualquer agrotóxlco de síntese de natureza química, com rmalidade inseticida,

acaricida, nematicida, formicida, cupinicida, rodenticida, fungicida, bactericida, esterilizante, etc.


– Uso de produtos mercuriais.


  • Uso de produtos inorgânicos sintético, à base de metais persistentes no ambiente,

como o mercúrio, chumbo, cádmio, arsênio, enxofre eia composto de síntese, etc.


 


IV – MANEJO DE INVASORAS



    1. Procedimentos Recomendados: Na cafeicultura orgânica, as ervas que podem vir a

concorrer e afetar a lavoura, são entendidas como invasoras e não como daninhas. Isto porque, como outros vegetais, elas contribuem para a cobertura e proteção do solo, para uma reciclagem de nutrientes mais eficiente, para a melhoria das condições físicas do solo pelo aumento dos níveis de matéria orgânica, para o rompimento de camadas compactadas, e outros benefícios. O controle de plantas invasoras no cafeeiro pode ser realizado de diferentes maneiras:


  • Emprego de práticas mecânicas como aração, gradeação, cultivos, roçadas, mondas e capinas manuais, em momentos culturais adequados com a necessidade de redução das invasoras.


  • Uso de plantas com efeitos alelopáticos, adubação verde, cobertura morta, cobertura viva, rotação e a consorciaçlo de culturas.

– População de plantas, adensamento da lavoura cafeeira


– Uso de sementes isentas de sementes de invasoras..


Procedimentos Tolerados:


Uso de materiais de cobertura inerte (plastico e similares), que   não proporcionem contaminação ou poluição do solo e demais recursos naturais.


Procedimento Proibidos:


Uso de Herbicidas sintéticos de natureza química, destilados de petróleo e hormônios sintéticos. entumecimento. Em muitas situações, este estado gera um desbalanceamento fisiológico nos vegetais, tornando-os mais susceptíveis ao ataque de pragas, sobretudo de insetos sugadores, e ao surgimento  de doenças. O uso concomitante ou isolado dos agrotóxicos, por seu turno, concorre para desequilíbrios biológicos crescentes, acirrando os problemas de sanidade na lavoura, além de deixar significativas quantidades de resíduos tóxicos no solo, na planta e na fruta. Dentre os métodos de proteção do cafeeiro às pragas e doenças preconizados pela agricultura orgânica, relacionam-se: a Manejo orgânico do solo e nutrição vegetal: as relações entre a sanidade do cafeeiro e as condições edáficas são a cada dia mais evidentes. Plantas cultivadas em solos com elevados teores de matéria orgânica e equilibrados em nutrientes essenciais às plantas, com boas condições físicas e grande atividade biológica, são menos susceptíveis às pragas e doenças.


  • Escolha da variedade e de sua adaptação ao ambiente: plantar uma variedade de

café ruim, pouco produtiva, fraca e não adequada ao sistema escolhido para a implantação e o manejo da lavoura, significa um mal investimento, que o produtor, na maioria das vezes, só vai perceber depoisde 3 a 4 anos. O uso de uma variedade resistente a doenças, é extremamente favorável, já funcionando como um controle preventivo e favorece a redução do uso de produtos ritossanitirios.


  • Utilização do Manejo Integrado de Doenças, Pragas e Invasoras: com monitoramento

periódico da lavoura cafeeira e verificando-se as relações de causa e efeito no sentido de restabelecer o equilíbrio natural. As doenças e pragas são consequência do desequilíbrio de fatores bióticos e abióticos, que na sua grande maioria são causados pelo homem.


  • Controle biológico: em geral, num determinado ambiente natural e equilibrado, as pragas,

os patógenos e seus inimigos naturais convivem harmoniosamente. Quando as terras são cultivadas e é implantado o sistema de lavoura cafeeira convencional, inicia-se a infestação dos cultivos por pragas e doenças. O problema que se coloca, então, é o que fazer para se voltar àquele ambiente natural equilibrado, o mais rápido possível. Uru conjunto de práticas agrícolas são sugeridas para o restabelecimento bioecolôgico entre as pragas, patôgenos e inimigos naturais. Efetivamente, é recomendada a adoção de técnicas que conduzam a um aumento da população de inimigos naturais, que inclui a multiplicação artificial destes em laboratório, para posterior soltura nos campos. A eficiência do controle de pragas e doenças via emprego de inimigos naturais é maior quando essa prática é feita coletivamente, portanto, um trabalho integrado com outros agricultores da região além do controle fisiológico de pragas e doenças.


  • Diversificação dos sistemas produtivos e manejo cultural: tal qual ocorre na natureza, o agricultor de café orgânico deve se preocupar com a diversificação de sua unidade produtiva, pela implementação de distintas explorações vegetais e animais, como forma de evitar a monocultura, mais vulnerável à incidência de pragas e doenças. A diversificação inclui a adoção de práticasculturais como a rotação e a consorclação de culturas, a utilização de quebra-ventos arbóreos, a conservação e a recomposição de áreas de vegetação natural e de matas ciliares e a agrosilvicultura.


  • Métodos vegetativos: plantio de quebra ventos, cercas vivas, plantas repelentes, plantas companheiras, além do manejo ou erradicaçio de plantas vetores, de predadores e outros semelhantes.


  • Métodos ricos e mecânicos: como o emprego de armadilhas mecânicas,barreira e armadilhas luminosas, coleta manual, adesivos, embalagem da produção a campo, uso de calor,frio, som e ultra-som e outros semelhantes.

Procedimentos Tolerados: Nos sistemas em transição, ou mesmo em lavouras cafeeiras



      Nos sistemas orgânicos já estabilizados, poderão ocorrer eventuais incidências de pragas e doenças.


Nesses casos, o agricultor poderá lançar mão de uma série de práticas e técnicas que são toleradas, desde que as mesmas sejam usadas em caráter emergencial e nunca rotineiro, relacionadas a seguir:


  • Extractos, caldas e soluções de produtos vegetais como piretro, nicotina, rotenona, sabadilha, quàssia, riinla, saboneteira, etc.

– Polvilhamento com produtos à base de enxofre simples.


  • Uso de calda bordaleza, calda mulfocálcica, calda viçosa, emulsões ou soluções à base de óleo mineral, querosene e sabão.

– Produtos à base de sulfato de zinco e permanganato de potássio.




– Iscas convencionais em forma de armadilha, desde que não poluam o ambiente e sejam


CERTIFICAÇÃO DE ALIMINTOS ORGÂNICOS


A certificação é o processo de legitimação da produção, ou seja, é necessário que alguém a teste que determinado produto é realmente orgânico. O processo de certificação consiste de várias etapas, sendo a inspeção a mais importante. Na inspeção um técnico (engenheiro agrônomo, técnico agrícola ou veterinário, conforme o caso) visita a propriedade e verifica se o produtor pode ou não ser considerado orgânico. A avaliação não poderia ser evidentemente subjetiva, ou seja, determinado técnico considera a propriedade orgânica e outro não. É por isso que foram criadas as Normas Técnicas de Produção. Tratam-se de documentos que definem os critérios mínimos que o produtor tem de se adequar para ser considerado orgânico.


A determinação das normas técnicas para a produção, industrialização e comércio de alimentos orgânicos e de insumos naturais, vem sendo feita por associações de agricultura orgânica na Europa, América do Norte e Austrália, assim como no Brasil e em alguns outros países. Com o objetivo de regulamentar esse importante segmento econômico, em plena expansão, tanto nos países desenvolvidos, como cru muitos países em desenvolvimento.


A IFOAM (Internationhl Federation of Organic Agriculture Movements), deu o passo inicial, concomitantemente à elaboração de suas próprias normas, elaborou normas básicas para agricultura orgânica, a serem seguidas por todas as associações afiladas. A última edição revisada das normas da IFOAM, data de 1989. Nesse mesmo ano foram editadas as normas técnicas para a IFOAM – América Latina..


A partir do documento central da IFOAM, cada associação de agricultura orgânica deve elaborar suas próprias normas, com o rigor e o nível de detalhamento condizentes com as características ambientes e sócio-econômicos de cada região ou país.


Normas técnicas bem elaboradas e confiíveis foram produzidas pela “The Soil Associatíon” da Inglaterra, em 1987; pela “The Organic Foods Production Association ofNorth América””(OFPÃNA), dos Estados Unidos, em 1988; pela ‘The Organic Crop Improvement Assoclation”(OCL~), de Ontáno, Canadá, em 1986; pelo “Comitê Interprofessionnel National de l’Agriculture Biologique”(CINAB), da França, em 1988; pela “Vida Sana”, da Espanha, era 1988. Muitas outras grandes associações na Alemanha, França, Inglaterra, Suiça, Bélgica,Holanda, Itália, Escandinávia, Estados Unidos e Canadá também dispõem de normas completas e detalhadas. (Paschoal, 1994).


No Brasil já existem algumas associações de agricultura orgânica que dispõem de normas técnicas, como a Associação de Agricultura Orgânica (São Paulo), fundada em maio de 1989 e desde sua criação vem trabalhando na elaboração de suas Normas Técnicas, contando com a colaboração de diversos especialistas do setor e baseando-se na produção internacional de documentos afins. As Normas são sempre discutidas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo da A.A.O e têm um caráter dinâmico, estando sujeitas a constantes reformulaçõcs visando seu aprimoramento, de forma crítica, à luz de sua efetiva aplicação.


De acordo com as Normas executa-se, então, a certificação, que é realizada a partir de inspeções a propriedade do agricultor solicitante. É elaborado um questionário, onde serão levantadas questões relativas aos temas tratados nas Normas. Uma vez certificado, o agricultor assina um contrato com a A.A.O, onde se compromete a seguir estritamente as Normas e fornecer todas as informações que se fizerem necessárias ao seu processo de acompanhamento pela entidade. A A.A.O se compromete, por sua vez, a efetuar um acompanhamento periódico em sua propriedade.


Outra entidade certificadora éo Instituto de Desenvolvimento Biodinântico, cai Botucatu(SAo Paulo), que certifica produtos biodinâmicos e orgânicos, de acordo com as Diretrizes Biodinâmicas Internacionais (31/10/89) e normas da IFOAM.


MODELO DE CONTRATO DE CERTIFICAÇÃO MODELO DE CERTIFICADO – AAO – SÃO PAULO SELO OFICIAL DE CERTIFICAÇÃO OU DE GARANTIA


Além das normas técnicas, que servem para orientar o produtor, o industrial e o comerciante de alimentos orgânicos e de insumos naturais, as associações de agricultura orgânica devem implantar sistemas de certificação de produtores e firmas, estabelecendo Selos Oficiais de Certificação ou de Garantia, com as seguintes finalidades: 1) fomentar as práticas de agricultura orgânica; 2) estabelecer e promover urna marca de qualidade, para possibilitar aos consumidores uma forma de adquirirem produtos orgânicos naturais genuínos; 3) proteger os agricultores, criadores, industriais e comerciantes de alimentos orgânico. e insumos naturais da ação de competidores desonestos.


SIGNIFICADO DOS TERMOS “RECOMENDADO”,”TOLERADO” E “PROIBIDO”


Recomendado – Refere-se às práticas e produtos plenamente aceitos em agricultura orgânica, através de consenso universal, podendo ser usados sem restrições pelos interessados. AI se enquadram a reciclagem de biomassa e nutrientes, o controle biológico de pragas, a rotação de culturas, a adubação verde, etc.. Além da produção vegetal, estes procedimentos recomendados abrangem a proteção/conservação do meio ambiente e o tratamento mais humanitário aos animais. Alguns desses aspectos tem se tornado obrigatórios. O selo oficial de garantia é aplicado sem nenhuma restrição, exceto na fase de conversão à orgânica, quando se faz uso de uma etiqueta, que identifica os produtos de agricultura em conversão.


Tolerado – Refere-se às práticas e produtos não são plenamente compatíveis com os princípios da agricultura orgânica, ou há controvérsias em seu uso, devendo, assim, serem limitados ou qualificados apenas para fins específicos. As comissões técnicas das associações de agricultura orgânica devem conceder permissão especial para o uso especifico de práticas ou produtos dessa categoria. Na maior parte das normas, as caldas a base de cobre e o enxofre estio nessa condição. Conforme o caso, o selo oficial de garantia poderá não ser concedido, permitindo-se apenas o uso da etiqueta que identifica os produtos de agricultura em conversão à orgânica.


Proibido – Refere-se às práticas e produtos não permitidos nos programas de certificação, por não estarem conforme com os principio, da agricultura orgânica, induem todos os agrotóxicos e os fertilizantes de alta solubilidade, especialmente os nitrogenados. O uso destas práticas ou substâncias contltui transgressão grave, sujeito a penalidades, que poderão resultar no cancelamento temporário ou definitivo do contrato e do uso de selo oficial de garantia.


categoria de produção certificada, e sim como um reconhecimento de uma estratégia de conversão para o sistema orgânico. Para cada período de doze meses, dentro desse prazo, haverá metas a serem atingidas que, caso não sejam cumpridas ou que não tenham justificativas plausíveis para tal, farão com que o processo seja definitivamente encerrado. Nesse caso, o produtor perde o direito ao certificado “sat”. O certificado ‘sat’, somente é emitido para culturas perenes, onde não estejam sendo utilizados agrotóxicos, mas apenas os produtos permitidos nas Normas Técnicas de Produção da A.A.O, coas exceção dos fertilizantes sintetizados quimicamente e solúveis.


PROCESSO DE CONVERSÃO DE UMA PROPRIEDADE CONVENCIONAL À ORGÂNICA


Na certificação de propriedades, ou de partes de uma propriedade, dever-se-á observar o período mínimo de conversão A cafeicultura orgânica, a partir do qual a utilização de um selo oficial de certificação torna-se possível. Esse processo de mudança tem aspectos normativos, biológicos e educativos. Os aspectos normativos precisam ser observados para que o café receba o selo orgânico de qualidade. Os biológicos que incluem o reequilbr,o das populações de insetos e das condições do solo. Os aspectos educativos dizem respeito ao aprendizado, por parte dos agricultores, de conceitos e técnicas de manejo que viabilizam a agricultura orgânica.


Em se tratando de partes de uma propriedade convencional, que está sendo convertida orgânica, deve haver um compromisso do produtor de converter toda a propriedade às técnicas orgânicas, dentro de um prazo máximo de 8 anos, como maneira de evitar-se possíveis contaminações ou misturas de alimentos.


Dificilmente uma propriedade convencional de grande porte será convertida totalmente orgânica em curto período de tempo, principalmente por questões econômicas. O recomendado é que a conversão seja feita em partes, com intervalos de 2 a 3 anos, até que o solo possa se recuperar dos maus tratos produzidos pelas técnicas convencionais. Nas áreas que estão sendo convertidas, apenas técnicas orginicas de cultivo ou de criação poderão ser aplicadas, abandonando-se todas as técnicas convencionais não permitidas pelas normas técnicas das associações orgânicas credenciadoras, sob pena de rescisão do contrato.


Considera-se como média recomendável o período de dois anos, para o processo de conversão de uma propriedade convencional (ou parte dela, dependendo das condições) à orgânica. As comissões técnicas das associações poderão, porém, aceitar um período menor, de um ano, quando as técnicas adotadas na propriedade, nos anos imediatamente anteriores ao do início da conversão, forem muito próximas daquelas recomendadas nas normas. Para este caso, há necessidade de detalhamento das técnicas e das substâncias empregadas nos últimos anos, e a comprovação de que não há resíduos em níveis inaceitáveis no ambiente e nos alimentos. Por outro lado, as comissões técnica, poderio ampliar para mais de dois anos o período de conversão de propriedades que se mostrarem excessivamente contaminadas por resíduos tóxicos, ou com desgaste acentuado de seus recursos naturais de produção.


A conversão precisa ser planejada de modo que os envolvidos possam ir assimilando ponto a ponto os novos procedimentos. Para evitar eventuais quedas na produção, convém reduzir ao mínimo possível o número de fatores desconhecidos na conversão, evitando-se introduzir numa mesma safra um número excessivo de mudanças não dominadas pelo agricultor. A experiência dos pesquisadores em sistemas de produção no IAPAR sugere, no máximo, três modificações importantes por safra.


Um ponto de partida para se iniciar a conversão é realizar um diagnóstico da propriedade, incluindo o levantamento dos recursos disponíveis (naturais, humanos, benfeitorias, infra-estrutura regional), os aspectos sócio-econômicos e comerciais. Á luz desse levantamento, identificam-se, na visão dos agricultores e dos técnicos, os principais entraves e suas possíveis soluções.


Uma parte integrante da conversão na grande maioria dos casos é a mudança nas vias de comercialização. Como se trata de um mercado diferenciado, convém que os canais de comercialização sejam definidos anteriormente à produção.


Formalmente, a área está convertida quando cumpriu os prazos e as prescrições de produtos e manejo previstos pelas normas. Isso aio significa que o sistema e seus produtos estejam perfeitos, apenas os qualifica para o uso do selo orgânico, pois ainda há muito a ser aperfeiçoado em termos de eficiência no uso dos fatores de produção, preservação do ambiente, quantidade e qualidade da produção e outros aspectos.


As associações de agricultura orgânica somente devem autorizar o uso de selos oficiais de certificação após o período de conversão da propriedade ou de parte dela que foi transformada em orgânica, período este determinado pelas suas comissões técnicas. Entretanto, os produtores poderão comercializar seus produtos com uma etiqueta com os dizeres “Produto de agricultura eta conversão à orgânica”.


Um exemplo de como funciona esse processo de conversão na cultura do café, que atualmente está sendo discutido e possivelmente ocorram alterações, de acordo com as Normas da Associação de Agricultura Orgânica (A.A.O – São Paulo), a produção de café em conversão caracterizada como produção “sat” (sem agrotóxico), não sendo identificada como uma nova






Calculo da àrea de terreiros convencionais de café:
S: Àrea do Terreiro em m2
Q: Quantidade mèdia de Café, em litros, colhida anualmente.
T:  Tempo Médio para secagem em dias.
N: Numero de dias para colheita

0,02 x Q x T
S =  ——————–
N





As informações aqui citadas são de caráter estritametne comunicativo, não se caracterizando como órgão de dados oficial e tão pouco com qualquer responsabilidade pêlos dados fornecidos. Envie informações sobre o mercado de sua região. Se nos mantivermos informados e unidos, o resultado será sempre melhor.  


florestasite@florestasite.com.br


FONTE: Floresta site  http://www.florestasite.com.br/calcadubaorg.htm

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