20/10/2010 – Sol quente e tempo seco. É época de acasalamento das cigarras.
Elas saem do solo ainda em forma de ninfa por buraquinhos. Ganham asas e a copa
das árvores. O macho emite um som para atrair a fêmea e depois fazer a cópula.
Mas o que vem incomodando os cafeicultores não é o barulho das cigarras. O
problema é que elas prejudicam na absorção dos minerais pela planta. “Os ovos
são colocados pelas fêmeas copuladas dentro do ramo. Após 18 dias, nascem larvas
diminutas que caem no solo e penetram no solo a procura das raízes. Ali elas
permanecem durante dois anos sugando e as plantas definham”, explicou o agrônomo
Júlio César de Souza.
O agricultor Renato Rezende Filho, de Varginha, já percebeu que os 12 mil pés
de café sentiram com a presença das cigarras. “De um modo geral, ficam
amarelados. Portanto, afetados por ela, que suga a seiva. Com isso, a
consequência da produtividade do ano que vem, que deve cair”, prevê.
O defensivo agrícola ainda é o mais indicado para combater as cigarras. A
aplicação deve ser feita entre os meses de outubro e novembro, período em que há
mais umidade no solo. Isso ajuda na dispersão do inseticida.
Um equipamento vem sendo utilizado pelos cafeicultores para controlar a
infestação das cigarras. O som emitido pelos auto-falantes tem a mesma
frequência do canto que o macho usa para o acasalamento. Quando chegam, as
cigarras morrem porque são atingidas por jatos de inseticida. A armadilha tem
sido usada com eficácia na lavoura no município de Elói Mendes.
“Como é o terceiro ano que a gente está com o funcionamento dela, já não
vamos usar o inseticida de solo. Então, já está mostrando os primeiros efeitos
benéficos desses três anos”, disse o agrônomo Antônio Carlos Freire.