A Blends não foi a única que abriu na Zona Sul no último ano. O Leblon também ganhou recentemente o sofisticado C’est un café, com decoração do arquiteto Jairo de Sender, enquanto em Ipanema abriu as portas o Le café Aubergine. Paralelamente a isso, restaurantes e docerias vêm investindo cada vez mais no treinamento de baristas e na elaboração de cartas especiais de café. É o caso da chocolateria Envídia, que serve, além de chocolates, cafés aromatizados, descafeinados e orgânicos.
A sócia do café Florença, Ana Luísa Bernacchi, diz que o mercado é altamente rentável e que a demanda por cafés especiais é crescente.
A palavra é de quem entende do assunto: o café Florença aluga máquinas e fornece grãos para diversos restaurantes da região.
— A Zona Sul concentra aproximadamente 60 cafeterias, que servem, juntas, cerca de 200 mil xícaras de café por mês. Pensando, numa média, que cada café custe R$ 2,20, estas cafeterias movimentam R$ 440 mil por mês e obtêm um lucro de R$ 350 mil só com a venda da bebida — estima Ana Luísa. Na esteira das cafeterias gourmets, cresce também o número de empresas que investem para criar selos próprios.
A Blends, por exemplo, contratou o especialista Paulo Tassinari para elaborar três misturas exclusivas para a casa.
— O sucesso do negócio está também na elaboração de cafés diferenciados — diz o empresário Marcelo Lopes.
Já o café Florença fechou uma parceria com a chef Flávia Quaresma para elaborar uma marca especial, lançada em dezembro passado.
— Investimos R$ 30 mil, e o retorno foi enorme. Hoje, vendemos cerca de 600 quilos por mês, e cada quilo custa R$ 30 — acrescenta Ana Luísa.