CAFETERIAS APOSTAM EM SELOS PRÓPRIOS

Publicação: 04/08/07

7 de agosto de 2007 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: O GLOBO

Especialistas e até chefs criam marcas exclusivas. Algumas chegam a custar mais de R$50 o quilo


Um cafezinho com grife sai das cafeterias cariocas, que apostaram em selos próprios ou produtos de fazendas escolhidas a dedo. A qualidade que vem do balcão, dizem especialistas, é superior à do produto que o brasileiro consome, na média. Mas o charme tem um preço. Há pacotes por mais de R$50 o quilo.


A Café Hum conta, em suas oito lojas, com um café que leva seu nome. O Armazém do Café, por sua vez, tem o Café Armazém, exclusivo. Para os dez anos da marca, lançou o Suprema (R$47, o quilo). A Blends Cafés Especiais contratou um especialista para elaborar três misturas para a casa: Constanza (R$18, 250g), Barista ((R$18, 250g) e Palatare (500g por R$26,50).


– Cada selo é direcionado a um público. O Barista é um expresso que harmoniza boas leituras, bons charutos e para troca de idéias. Já o Constanza é para o dia-a-dia – citou Marcelo Pereira, sócio da Blends.


Cafés mais fortes para eles, suaves para elas


Segundo o barista Alaerte Telles, da Grão Mestre, é preciso identificar o tipo da bebida que mais agrada:


– O público feminino geralmente dá preferência a cafés mais suaves e com leve amargor. O consumidor masculino, a cafés mais fortes e com amargor mais intenso.


Há cafeterias que trazem para seu cardápio marcas consagradas. O Café Sorelle (Botafogo Praia Shopping) vende o Orfeu. O Baristi Café, em Ipanema, oferece ainda Dona Matilde (R$15, 250g) e Prima Qualitá (R$30, 500g). O Blends Café apostou também no Q (R$48, o quilo), da chef Flávia Quaresma em parceria com a torrefadora Café Florença.


– Um bom café tem de ser como uma boa mulher: com corpão e ao mesmo tempo doce. Com certa acidez, para não ficar sem graça – brinca Flávia.


O movimento dos cafés faz sentido. Nos últimos 12 meses, o consumo interno do produto ultrapassou as 17 milhões de sacas, com crescimento médio de 79 mil sacas por mês.


– O Brasil absorve 39% de todo o café consumido na Europa – disse Lucas Ferreira, do departamento de Café do Mapa.


Confira os cuidados com o café:


PACOTES: Cafés fechados a vácuo são os mais indicados. Evite os sacos de papel, que permitem que o aroma vaze. E opte pelos pacotes menores para garantir a qualidade.


ARMAZENAR: Após aberto, guarde o café no próprio saco e dentro de potes bem fechados. O ideal é consumi-lo em até três dias.


PRAZO: O pacote indica a data da torra dos grãos. O ideal é consumi-lo de cinco a 30 dias após a torra.


CAFÉS PARA TODOS OS GOSTOS


Análises de grãos feitas por quem entende da bebida


Nem todos os cafés são uma unanimidade – nem mesmo para os baristas, especialistas na bebida. Para uns, alguns são amargos. Para outros, ácidos demais. Tudo vai depender do paladar de cada um. Mas, segundo dois baristas que avaliaram alguns cafés a pedido do GLOBO, a qualidade, é sem dúvida, superior à daquele que o brasileiro normalmente consome. Eles passaram no teste, mas ainda há o que melhorar.


Alaerte Barbosa, da Grão Mestre, e Emílio Rodrigues, da Casa do Barista, analisaram Constanza (Blends), Café Hum, Café Frevo (Armazém do Café), Garcia & Rodrigues, Orfeu, Q Café Florença e Premier BDK.


Segundo Rodrigues, o café do Garcia & Rodrigues é ideal para cafeteiras elétricas. Já o Premier tem, para ele, um sabor equilibrado: amargor, doçura e acidez. O Constanza, em sua opinião, tem sabor marcante, mas é muito amargo.


– Atende mais ao público masculino – sugere Barbosa.


Para ele, o café de Flavia Quaresma é suave, ligeiramente adocicado e com leve amargor. Quase um Orfeu, queridinho dos dois especialistas.


Embalagens de papel – como as do café do Armazém do Café – são criticadas por Rodrigues, já que facilitam o vazamento do aroma.

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