Cafeterias ampliam produtos

30 de junho de 2008 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: O Estado de São Paulo

Cafeterias ampliam produtos
A idéia é ter um ambiente tranquilo e oferecer opções de salgados e doces para manter o cliente por mais tempo


Rafael Sigollo


Ambiente bem decorado, espaço aconchegante, jornais, revistas, internet sem fio. Quem entra em uma cafeteria hoje busca muito mais do que simplesmente tomar um cafezinho.


“O café hoje está sendo encarado como o vinho. As lojas estão ficando cada vez mais sofisticadas e especializadas, não é mais aquele cafezinho do dia-a-dia”, explica o consultor de Marketing do Sebrae São Paulo Wlamir Bello.


De acordo com o especialista, isso abre um leque de oportunidades muito grande. Quem consome esse tipo de produto é a classe mais alta e, portanto, ponto-de-venda adequado, atendimento personalizado e boa qualidade são essenciais. “É um segmento forte, que vem crescendo. Mas é preciso agregar esses valores para fazer do seu negócio um ponto de encontro, um local onde as pessoas gostem de estar”, explica.


Isso porque a decisão de compra se dá no ponto-de-venda. Ou seja, quanto mais tempo o cliente permanece no estabelecimento, maior será o valor gasto. É importante, então, que além do café, se ofereçam opções de doces, salgados e até refeições leves. A sofisticação de tudo isso depende do conceito da cafeteria e do perfil do público.


“Com uma boa gama de opções, você consegue manter o movimento o dia todo com café da manhã, almoço, lanche e jantar, atraindo, inclusive, públicos distintos em cada uma dessas etapas”, afirma Bello.


Além de máquinas de primeira linha – já que elas interferem diretamente no sabor do café – , é preciso que a pessoa no comando desses equipamentos tenha treinamento específico para a função.


DIFERENCIAIS


No caso do Via Café, em Moema, o sócio e gerente Marcelo Peixoto contratou uma experiente barista não só para treinar sua equipe, mas também para desenvolver o cardápio. Além do café gourmet, há alguns drinques especiais preparados com o grão, inclusive gelados, e até sorvetes.


“Desde o início do projeto até abrirmos as portas de fato, levou cerca de um ano e meio”, conta Peixoto, que divide a sociedade do local com mais quatro amigos.


O filho de um deles, aliás, estava morando nos Estados Unidos na época e fez um verdadeiro “dossiê” das cafeterias de lá, para que algumas das idéias pudessem ser usadas aqui.


A arquitetura, por exemplo, é rústica, mas ao mesmo tempo elegante. “Fizemos questão de ter uma fachada toda de vidro e de uma mobília com as mesmas cores do café”, explica.


Outros diferenciais do Via Café, de acordo com Peixoto, é ter uma espécie de mini-padaria, o que permite a fabricação na hora de pães e doces e música ambiente cuidadosamente selecionada.


“O volume tem de ser baixo, porque as pessoas querem conversar e também é comum fazerem reuniões de negócios. Alguns até trazem notebook e trabalham de fato enquanto estão aqui, usando nosso sistema de internet sem fio.”


ADEQUAÇÃO


Wlamir Bello, do Sebrae,ressalta que, embora o empreendedor possa se prevenir e evitar surpresas desagradáveis, não conseguirá adivinhar como será seu negócio até que ele esteja em funcionamento.


E é preciso estar pronto para se adequar. “As vezes você monta uma cafeteria toda voltada para executivos, mas que acaba sendo freqüentada por famílias e casais”, diz Bello.


O mais comum é que no primeiro ano do negócio não haja lucro e o empreendedor deve se preparar. “Leva um tempo para construir a marca, conquistar mercado e fazer as modificações que julgar necessárias”, alerta. Cadastrar clientes e informá-los sobre promoções, por exemplo, pode acelerar esse processo.

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