Fernanda Coutinho
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Leonardo Sá
Apesar do pão francês representar 13% das vendas da padaria, não é somente o pãozinho que alimenta esses estabelecimentos. Nos últimos anos, as padarias da Grande Vitória têm investido em diversificação. O espaço é dividido com serviços de café da manhã e até almoço. Os doces e massas em geral, estão cada vez mais sofisticados. Ao todo, são 1.440 empresas de panificação, no Espírito Santo. O setor gera cerca de 18 mil empregos diretos, segundo dados do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Sindipães).
Em bairros como Jardim Camburi, Vitória, é comum padarias oferecerem alimentos, como feijão tropeiro, para os que não querem se preocupar com o almoço. Já em bairros como a Praia do Canto, existem as padarias do tipo “boutique”, que vendem produtos de fabricação própria e importados.
“A expansão não acontece só nas áreas nobres. Estimamos que o crescimento do setor foi em torno de 7%, em relação a 2008. Existe uma mudança de hábito do consumidor, que muitas vezes precisa fazer as refeições fora de casa. As padarias têm horário extenso. Enquanto que pela manhã há a venda de pães, muitas vendem outros produtos como caldos e pizzas, à noite”. A afirmação é do superintendente do Sindipães, Fábio Bento.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Panificação (Abip), em 2008, o crescimento médio das vendas em padarias no ES foi de 10,81%. O Estado possui 1.434 estabelecimentos de panificação.
“A previsão de crescimento para o setor, neste ano, é de 7%. Dos produtos vendidos, 31,7% são de revenda e 68,3% são de fabricação própria. O perfil do profissional tem mudado, há mais busca por especialização”, destaca Bento.
O presidente do Sindipães, Flávio Sérgio Borges, destaca que é importante fazer uma pesquisa do mercado, antes de abrir um negócio. “As padarias têm que ter um serviço diversificado, pois não sobrevivem só vendendo pão”, destaca Borges.
Apesar do aumento das vendas, o presidente do Sindipães afirma que o consumo de pão, no Brasil, é inferior ao recomendado pela Organização Mundidal de Saúde (OMS). “Em países como Chile e Argentina consome-se mais pão per capta que no Brasil. Enquanto a OMS recomenda o consumo de 60kg, no Brasil, consumimos cerca de 33kg per capta”, conclui Borges.