CAFETERIA O homem que reinventou a maneira do mundo tomar café

19 de setembro de 2011 | Sem comentários Cafeteria Consumo

O homem que reinventou a maneira do mundo tomar café



Administradores – João Pessoa/PB – ARTIGOS – 16/09/2011 – 15:44:00


Pensando Grande 


O sucesso dentro de uma xícara: conheça a história da Starbucks, gigante do café mundial e que começou pequena como seu negócio. Você sabia que o responsável pelo seu sucesso foi um homem com grandes ideias, mas pouco capital?


Era uma vez um pastor que passeava com seu rebanho todas as tardes por um vasto campo. Certa vez, o pastor percebeu que seus carneiros ficavam mais agitados depois que comiam frutos e folhas de uma determinada planta. Intrigado, ele colheu uma amostra da mesma e levou até um monge para entender o que acontecia. Após alguns estudos, o monge disse que a planta era criação do diabo, pois surtia efeitos anticristãos nos animais e a solução era queimar a plantação. Quando os dois colocaram fogo, perceberam que um cheiro muito bom surgia e um alquimista foi chamado para realizar alguns testes. Depois de queimado, triturado e misturado com água quente, o fruto dava vida à uma bebida que tornava as pessoas mais espertas e os monges mais acordados para rezar. Assim surgia o café. E o que tudo isso tem haver com você, pequeno empresário?










Em reuniões, almoços, cafés da manhã ou lanches informais o café é uma das bebidas mais utilizadas, passando a desempenhar o papel de agregador social, afinal de contas, se você quer estreitar relacionamento com clientes ou amigos, uma boa pedida é marcar um cafezinho. Mas você sabia que um homem chamado Howars Schultz reinventou a forma das pessoas tomarem o clássico café?


Schultz cresceu em um conjunto habitacional do Brooklyn, Estados Unidos. A família era pobre e a constante mudança de empregos do pai deixava o garoto muito chateado. Howard viu então nos esportes uma maneira de fugir de sua realidade e vivenciar seus sonhos. O empresário só cursou a faculdade porque conseguiu uma bolsa pelo time de futebol. Seu primeiro emprego foi na Xerox, empresa de copiadoras, mas o rapaz queria um futuro de cópia única. A virada na vida do rapaz começou quando ele foi contratado pela fabricante suíça de máquinas de café Hammarplast. Foi ali que ele conheceu uma pequena rede de cafeterias de Seattle – a Starbucks.


Pequenos grãos, um grande futuro


O ano era 1971, o local era o mercado de Pike Place, no porto de Seattle (Estados Unidos) e o nome era Starbucks, um pequeno comércio que vendia grãos de café em grandes sacas e equipamentos para o preparo da bebida. A loja foi aberta por três sócios que, no primeiro ano de atividades, compravam os grãos de outra empresa, a Peet’s Coffee & Tea. Após este período, a compra era feita diretamente dos cafeicultores.


A loja caminhava bem quando, em 1982, Howard Schultz apareceu na Starbucks sugerindo que a empresa vendesse, além dos grãos, café e espressos (seguindo a grafia original). A ideia de Schultz veio de uma viagem a Milão quando, na cidade italiana, ele sentia falta de um local comum no mundo onde pudesse trabalhar, descansar e aproveitar momentos com os amigos. Os três sócios acharam um absurdo e falaram que a ideia de Schultz confrontava com os princípios da empresa. Não se deixando abater, o empresário fundou uma cafeteria chamada II Giornale, em 1985. Dois anos depois e com 3,5 milhões de dólares, Howard Schultz compra a Starbucks e não demorou muito para que a empresa entrasse em expansão. A rede conta com cerca de 17.500 lojas em 51 países e um faturamento de 12 bilhões de dólares. Schultz embolsou 130 milhões de dólares apenas em salários e bônus nos últimos cinco anos.


A reinvenção


“A primeira loja da Stabucks em 1979 na Pike Place (primeira imagem) e uma das milhares de lojas atuais da marca no mundo”










A grandeza não está nos números ou na história impressionante (e rápida) de crescimento. Na Starbucks, Howard realizou uma verdadeira repadronização na forma como as pessoas tomam café e na maneira como a bebida é apresentada.


Conceito: a Starbucks foi criada para que a pessoa tenha bons momentos na companhia dos amigos ou mesmo de seu computador enquanto trabalha. A marca criou o conceito de “terceiro lugar” ou seja, depois da casa e do trabalho a Starbucks busca ser o terceiro lugar de todas as pessoas.


Ambiente: normalmente sempre cheio, o ambiente conta com mesas, cadeiras, sofás e até mesmo salas de reunião, dependendo do local. Além das bebidas, outros produtos são vendidos nas lojas como xícaras, canecas, garrafas térmicas, prensas para o preparo de café e pacotes fechados de grão (não moídos porque conservam mais as características originais do sabor).


Menu: além dos tradicionais espresso, espresso com leite e com chantilly, outras opções com ou sem café são apresentadas em três tamanhos (tall, grande e venti) e nas versões frias, quentes e geladas. O cliente pode escolher tanto as bebidas do menu quanto customizar sua bebida, escolhendo o tipo de leite, temperatura da bebida, essências, adição de chantilly e combinações. A rede conta também com lanches, doces e salgados que variam de país para país, assim como as bebidas.


Atendimento: assim que o cliente chega na loja ele precisa necessariamente entrar em uma fila para ser atendido, não existindo dessa forma o atendimento em mesas. A intenção é aproximar os clientes dos funcionários. Quando é feito um pedido, o funcionário anota o nome do cliente no tradicional copo (que foi patenteado pela marca) e o pedido é entregue no final do balcão e pelo nome do cliente. Talvez este seja um dos grandes diferenciais da Starbucks e que lhe atribui reconhecimento internacional.


Funcionários: todos os funcionários recebem uma certificação de barista (profissional especializado em café) para trabalhar no empresa. Além disso, para não haver distinções entre gerência, diretoria e funcionários, internamente todos são chamados de partners (parceiros). Esta prática evidência a não-hierarquia e atribui mais liberdade aos profissionais. Outro ponto interessante são as políticas internas dos funcionários, como cartões de reconhecimento que são trocados entre os baristas, broches específicos e certificações.


Responsabilidade Social: a empresa acompanha o mercado e tem um braço de responsabilidade social. Além de consumir os grãos direto dos cafeicultores ao redor do mundo, a Starbucks incentiva a reciclagem de borra de café (que serve como adubo para plantas) e têm parcerias com instituições de caridade e ONGs.










“O tradicional copo da Starbucks que já foi patenteado e agora é usado por outras empresas da área de bebidas”


Esses são alguns dos conceitos implantado por Howard Schultz e que tornaram a Starbucks o grande império do café mundialmente. É muito provável que você já tenha visto o famoso copo branco em filmes de Hollywood. O destaque desta história é que o empresário não deixou uma crítica negativa abalar sua idealização e persistiu até ver seu projeto concretizado (e multiplicado).


Dica de Leitura: grandes histórias pedem grandes filmes ou grandes livros. Se você quiser saber mais sobre como a empresa chegou onde chegou, quais foram as dificuldades e desafios, vale a pena ler os seguintes livros:




  • A Estratégia Starbucks, de Joseph Michelli;

  • Como a Starbucks Salvou a Minha Vida, de Michael Gates Gill;

  • Dedique-se de Coração, de Howard Schultz;

  • A Febre Starbucks, de Taylor Clark;

  • Em Frente! Como a Starbucks Lutou por Sua Vida Sem Perder a Alma, de Howard Schultz;


“O segredo da Starbucks foi não ter pressa. Crescemos de xícara em xícara. Uma xícara por vez.” Howard Schultz

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