#CAFETERIA – Com a ajuda de sócio, Suplicy Cafés quer virar rede

12 de novembro de 2012 | Sem comentários Cafeteria Consumo

MELINA COSTA – O Estado de S.Paulo
 
“Já estávamos metendo os pés pelas mãos.” É assim que Marco Suplicy, fundador da Suplicy Cafés Especiais, começa a explicar por que trouxe um sócio para sua empresa, fundada há nove anos. No fim de julho, o fundo de investimentos TreeCorp adquiriu 45% do capital da cafeteria e deu início a um processo de profissionalização que pretende transformar o grupo de 9 lojas em uma rede gourmet com alcance nacional.
 
Como tantos outros pequenos e médios empresários, Suplicy se viu sobrecarregado com a complexidade que seu negócio tomava ao passo em que novas lojas eram abertas. “A empresa gerava muito trabalho para pouca gestão”, diz. Um exemplo são as escalas de funcionários. As cafeterias abrem diariamente, mas a legislação obriga que os empregados folguem pelo menos um domingo por mês. O problema é que a organização de folgas de quase cinquenta pessoas tornou-se uma tarefa inglória que, muitas vezes, fugia do controle do escritório central.
 
Nos últimos três meses, a Suplicy Cafés tem passado por um conjunto de mudanças – a começar pela designação de um funcionário responsável pelas escalas, o que impede o troca-troca de folgas.
 
Outra medida adotada foi o controle financeiro mais rígido. Desde então, as retiradas de dinheiro do caixa não são mais permitidas. Antes, até o pagamento de bebidas como água e refrigerante era realizado com dinheiro do caixa. “Se queimava uma lâmpada, era a ele que recorríamos”, diz Suplicy. Além disso, a TreeCorp indicou uma diretora financeira com experiência em varejo para colocar ordem nas contas da empresa. Até a entrada do fundo, esse cargo sequer existia na rede.
 
Rigor
 
A compra de insumos, antes feita de forma separada pelas lojas, foi unificada. Nesse momento, dois softwares de gestão – um dedicado ao controle de estoque e outro à organização das vendas – estão em fase de implantação. Os produtos usados no dia a dia da operação também têm passado pelo escrutínio dos gestores. A equipe tem medido as quantidades exatas de leite usado nas bebidas, por exemplo. Assim será possível comparar as perdas de produto entre as lojas e estabelecer métodos mais eficientes.
 
Ao mesmo tempo, uma força de vendas está sendo montada para vender café gourmet a restaurantes e empresas em geral. A Suplicy Cafés Especiais já atende esses mercados, mas vinha avançando pouco na atividade. “Éramos tiradores de pedidos, não tínhamos vendedores promovendo nosso produto”, diz Suplicy. Em outra frente, a cafeteria estuda uma estratégia para ampliar as encomendas on-line.
 
Expansão
 
Ao fim desse processo, a intenção do TreeCorp é melhorar os números da empresa – cujo resultado é marginalmente positivo – e ampliar sua expansão via franquias. Em cinco anos, os investidores esperam que a rede atinja 100 lojas. “Em um segmento formado por produtos que são praticamente commodities, o Suplicy construiu uma marca premium”, diz Daniel McQuoid, sócio do fundo TreeCorp. “Percebemos que o crescimento passaria pela capitalização e pela gestão mais profissional.”
 
A profissionalização do Suplicy Cafés Especiais é apenas um dos casos recentes no setor. Em julho, o fundo espanhol Mercapital comprou 70% de participação nos restaurantes Rubaiyat e começou uma discreta mudança na gestão do grupo, estruturando as áreas de marketing, recursos humanos e tecnologia. “Nesse setor, de margens apertadas, a profissionalização é questão de sobrevivência”, diz o especialista em franquias Marcelo Cherto.
 
 
 
ABIC

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.