10 de setembro de 2009 – O resultado de uma pesquisa dinamarquesa traz boas notícias para as pessoas com diabetes tipo 2. É o que relataram conclusões satisfatórias ao testar um chá africano em portadores da doença. Os cientistas esperam que a realização de mais experimentos científicos leve a um novo tratamento.
O chá já é usado na medicina tradicional nigeriana e produzido a partir do extrato das folhas da planta Rauvolfia Vomitoria e dos frutos de Citrus aurantium (laranja amarga). Os pesquisadores o preparam exatamente como os curandeiros locais: fervem as folhas, hastes e frutos jovens, e filtram o conteúdo final.
Primeiro, testaram o líquido em camundongos geneticamente diabéticos. Após seis semanas de tratamento diário com o produto, aliado a uma dieta de baixo teor de gordura, notaram alterações na combinação e quantidade de gordura nos olhos e na proteção do frágil pâncreas dos animais.
A próxima etapa consistiu em quatro meses de pesquisa com 23 pacientes com diabetes tipo 2. “Os participantes beberam 750ml de chá por dia. Ele aparece para diferenciar-se dos outros tratamentos, porque inicialmente não afeta o teor de açúcar do sangue. Mas depois de quatro meses de tratamento, podemos ver um aumento significativo na tolerância à glicose”, disse Joan Campbell-Tofte, pesquisador da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca.
A ingestão do líquido também aumentou a quantidade de ácidos graxos poli-insaturados. “Isso é bom para as células do corpo, porque deixa as suas membranas mais permeáveis, resultando em uma melhor absorção de glicose do sangue pelas células”, complementa Campbell-Tofte.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a incidência da patologia é maior após os 40 anos e algumas pessoas podem responder ao tratamento composto por dieta e exercícios físicos. Outros necessitam de medicamentos orais ou da combinação de todas as alternativas com a insulina. “Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores sejam obesos.”