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Consumo per capita/ano no País é de 4,81 quilos; em alguns estabelecimentos vendas da bebida representam 10% do faturamento.
Nas padarias do País, ele é a grande vedete entre as 6 e 9 horas. No copinho de plástico ou em xícaras encorpadas, o brasileiro consome em média, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), pelo menos uma dose da bebida diariamente. E hoje, na comemoração do Dia Nacional do Café, a FOLHA mostra que tal tradição fez o produto ir além. O cafezinho do dia a dia movimenta estabelecimentos de forma representativa em Londrina, ganha variedades e qualidade indiscutíveis, atingindo todos os públicos a partir dos 15 anos de idade.
De acordo com Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic, a cafeicultura brasileira passou por uma revolução nos últimos 15 anos. Em 1995, se consumia em média 3,11 quilos de café per capita/ano no País. Em 2010, o balanço fechou em impressionantes 4,81 quilos per capita/ano. ”Em sete anos, o consumo da bebida fora do lar cresceu por volta de 307%”, calcula.
Um dos fatores fundamentais para esse aumento da procura pelo produto é a qualidade dele. ”Hoje, a qualidade dos cafés tradicionais é de regular a boa, inclusive dos produtos mais baratos”. Da bebida feita no coador, passando pelo expresso até os cafés especiais (conhecidos como gourmets), a exigência é que ele seja puro para ter sabor.
Há 22 anos, a Abic criou um selo de pureza para reverter a queda no consumo em meados da década de 1980, que chegou a 2,27 quilo per capita/ano. Desde fevereiro deste ano, a pureza do produto se tornou lei no Brasil, quando entrou em vigor a Instrução Normativa N-16, do Ministério da Agricultura, que estabelece limite máximo de 1% de impurezas no produto. ”Hoje a qualidade do grão é superior. Além disso, o consumidor tem à disposição diversas casas de café, que se proliferaram nos últimos anos e algumas já com trajetórias de sucesso”, avalia o diretor da Abic.
A panificadora Santa Ceia, localizada na Zona Sul de Londrina, é a prova da importância de servir um bom café, mesmo que do mais simples. O estabelecimento vende por volta de 350 cafezinhos, de 60 ml, durante o dia (de coador, sem contar os expressos), o que representa 10% da venda bruta do local. ”Cada cliente gasta de R$ 1,70 a R$ 2 para tomar um café da manhã rápido aqui na padaria. É mais barato e prático do que fazer a bebida em casa”, explicam os irmãos Adriano e André Spirandelli, proprietários da padaria.
Eles comentam que nos últimos anos a procura pela bebida cresceu 40%. A ascensão é justificada pelos sócios devido a correria do dia a dia e até pelo fato de que as famílias estão menores e saem mais de casa para fazer as refeições. ”Além disso, no inverno o consumo triplica, principalmente no período da tarde”, calcula Adriano.
O arquiteto Rodrigo de Biagi Lopes e sua esposa, a empresária Daiana Bisognin Lopes tomam café fora de casa todos os dias pela manhã. Ele é adepto do capuccino e ela prefere o expresso. ”Acho que por ano tomamos mais do que a média nacional, de 4,81 kg por pessoa. Gastamos em média R$ 5 todos os dias com a bebida”, ressaltam.
O casal avalia o café brasileiro como sendo de excelente qualidade e diz que o crescimento do consumo é devido a evolução deste mercado. ”É muito mais gostoso do que em países como Inglaterra, França, Estados Unidos ou Canadá. Além disso, no meio empresarial parece impossível você não tomar um café enquanto está trabalhando”, concluem.
Victor Lopes
Fonte: Agrolink