CAFETERIA: Afeto e aconchego: as grandes sacadas do Malakoff Café Gourmet

8 de setembro de 2015 | Sem comentários Cafeteria Consumo

Local investe no clima de nostalgia provocados pela especialidade da casa, o
café coado.


Clientes são recebidos pelos donos, Alan e Talita, que se orgulham do nicho
de mercado que descobriram / Foto: Edmar Melo/ JC Imagem


Clientes são recebidos pelos donos, Alan e Talita, que se orgulham do nicho
de mercado que descobriram


Clientes são recebidos pelos donos, Alan e Talita, que se orgulham do nicho de mercado que descobriram / Foto: Edmar Melo/ JC Imagem
Foto: Edmar Melo/ JC Imagem


Como é injusto o sentido adicional atribuído ao sabor amargo. Veja o café,
por exemplo. Existe algo mais figurativamente doce que cheiro de café coado pela
casa e servido em uma canequinha de ágata? Você pode nem ser amante de café, mas
com certeza essa cena vai remeter a uma sensação muito próxima à de aconchego.
Foi essa a grande sacada – e é o maior trunfo – do Malakoff Café Gourmet, um
cantinho para ser descoberto na esquina da Abdias de Carvalho com a Rua Alfredo
Pereira Borba, no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife.


Na contramão de redes espalhadas pela cidade, a especialidade do lugar são os
cafés coados (nove métodos, sendo oito quentes e frio). Para harmonizar com o
cardápio de ares artesanais, o ambiente é repleto de fofuras: mesas feitas com
pés de máquina de costura, cadeiras antigas reaproveitadas e coloridas, parede
com pintura imitando uma lousa cheia de mensagens, lustres feitos com filtros e
canecas de café e mais outros tantos detalhes esperando para serem
descobertos.


Tudo faz parte de um desejo antigo do casal de proprietários, Alan Cavalcanti
(o barista) e Talita Marques. “Estávamos insatisfeitos com nosso trabalho e
queríamos montar um negócio próprio. Chegamos ao acordo de que seria um café,
mas não queríamos franquia. Então começamos a pesquisar o mercado e vimos que,
mesmo com o hábito de frequentar cafés, as pessoas preferiam o que era preparado
em casa. Encontramos um nicho”, lembra Alan. Daí em diante vieram os cursos de
barista, a procura por um ponto e a definição pelo estilo caseiro do ambiente. A
inauguração aconteceu em março deste ano.


Ao chegar, o cliente se depara com Alan, Talita, dois funcionários e um
estagiário. Ou seja, a todo momento o atendimento acontece pelos próprios donos
ou sob o olhar atento deles. “Depois de ter vindo várias vezes aqui, cheguei um
dia e disse que não estava com muita vontade de tomar café. Aí Talita me
perguntou ‘Por que não experimenta uma soda italiana? Você ainda não provou’. Ou
seja, ela lembrou o que eu já tinha tomado e já conhecia meu gosto”, elogia a
empresária Hilda Teles, 45 anos, cliente assídua do café.


Além da soda italiana (nos sabores laranja, tangerina, limão siciliano, maçã
verde e cranberry), o lugar ainda serve – além dos cafés coados – o tradicional
espresso. Para acompanhar, o cardápio é principalmente regional, com bolos de
tapioca, banana e, claro, de café. “A receita foi desenvolvida por nós. Vimos
algumas coisas que as pessoas faziam, mas não era o que queríamos. Então
chegamos ao nosso bolo”, conta Talita orgulhosa do resultado feito com massa
branca e recheio cremoso de café. Mesmo com tantas delícias, vale a pena se
concentrar na especialidade da casa. Sobre o balcão, os nove tipos de filtros
ficam expostos para que os clientes, além da bebida, tenham uma aula sobre os
diferentes tipos de preparo, moagem e tipo de grão, e concentração do sabor. O
barista explica tudo enquanto prepara.


Para os paladares acostumados com os espressos da vida, a diferença é
gritante. A bebida feita pelo método globinho (assista abaixo), por exemplo, tem
gosto tão apurado e leve que pode ser consumida sem adoçar (e sem que isso
represente qualquer esforço para o apreciador). O preço médio do café coado sai
por R$7.


Veja como se faz o Café Globinho



Depois da aula, o café é servido na tal caneca de ágata. “Na primeira vez
que vim aqui várias memórias boas vieram à tona. O café feito no coador de pano
que perfumava a casa toda quando eu era pequeno e ia à casa da minha avó, no
interior, em Bonança”, conta o advogado Luciano Santana, 38. O afeto despertado
fez com que ele levasse ao local a avó, dona Maria José, 88, que aprovou. A
estratégia – do sabor do café ao ambiente – funciona. Ou, pelo menos, passou
pelo crivo de quem sabe tornar doce o que poderia ser só amargo.


Fonte: jconline.com / Rede Social do Café

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