Chocolates especialíssimos (inclusive diets e fondues), bolos e roscas, licores, cafés selecionados, livros, doces… A lista pode parecer diversificada, mas há um fio condutor que une todos esses produtos: tudo é genuinamente mineiro, tudo é fabricado artesanalmente, tem cheiro de quintal, gosto de casa de avó. Uma associação campeã e mágica, como define a dona do projeto, Andréa Angelini de Oliveira, que criou a ChocoLeio com o objetivo de resguardar e divulgar as coisas de Minas. Entre outros, o mix da casa inclui chocolates de Tiradentes, licores e trufões de Caxambu, sequilhos e doces de Araxá, cones trufados e balinhas de Sete Lagoas….
“Além da qualidade, as marcas são escolhidas também por mostrarem o lado caprichoso de Minas, aquela coisa de casa da vovó, com rendinhas e panos de prato bordados que temos dentro de nós. Um exemplo? Os licores da Crioulo e suas embalagens de chapeuzinho de juta e os vidros e cestas da confeiteira Ângela Nogueira enfeitados com pinturas de decoupage, biscuits e rendas”, começa contando a proprietária.
Mas não é só o capricho. O Villa café, por exemplo, foi uma marca escolhida pela originalidade de seu grão 100% arábica de duas fazendas de Carmo da Cachoeira. O plantio em terra específica garante acidez equilibrada, e a torra gera um café encorpado mas suave, com leve tom achocolatado. “Foi assim também nossa associação com a Backer, cerveja especial feita na Serra do Curral, e com o chocolate Puro Cacau, de Tiradentes, com mais de 15 anos de mercado”, acrescenta Andréa Angelini. “Enfim, nossa marca veio para se firmar como grife. A cada nova ChocoLeio, os parceiros ganham o mesmo espaço de mercado. E são várias cidades com mercado potencial”.
A empresa começou em 1984 como “Materlivros” e funcionou até 2007 na Praça Tiradentes. Por volta de 1990, com a montagem de um café ao lado, as vendas aumentaram confirmando a boa combinação café e livros. “Nosso grande achado foi o chocolate, cujo apelo não tem idade nem sexo, assim como os livros, e atinge um mercado universal. Daí a outras associações foi um pulo”, lembra Andréa, que administra o negócio com o marido Alexandre Teixeira.
O nome ChocoLeio vem da mistura de “chocolate” com “leitura”. “É a união do prazer sensorial proporcionado pelo chocolate e pelo café com o prazer intelectual. Por outro lado, ChocoLeio lembra bamboleio, que traduz minha proposta pessoal de joie de vivre: levar a vida de forma mágica, leve, fluida e alegre, respondendo aos estímulos à medida que se apresentam, sem estereótipos funcionais e com muito destemor, mais ou menos como o bambu na tempestade, que se curva sem quebrar, que dança ao sabor do vento mas permanece de pé, pronto para outra”, filosofa a dona.
O clima de hospitalidade de uma ChocoLeio é sentido logo à entrada, efeito da montagem em madeira de demolição, do cheiro de chocolate e da cor das paredes. “Há clientes que dizem se sentir em casa e se encantam com o sabor das nossas combinações de chocolate, do amargo ao branco, dos trufados às passas cobertas, passando pelo frozen de açaí, único na cidade, e a pipoca doce coberta de chocolate”, gaba-se Andréa. “Costumamos premiar indicações de novos clientes com trufas e aceitamos sugestões de novos produtos. Como estamos localizados na ampla praça de alimentação do Falls Shopping, na Rua Kepler, no Santa Lúcia, isso facilita o atendimento.”
Para fazer sua parte nas áreas ambiental e social, a ChocoLeio vem utilizando embalagens recicladas para embrulhos e está fazendo parceria com a Asmare de BH para aproveitamento de copos e canudos. Aos sábados, promove shows gratuitos com o mágico Rodrigo Abreu e está implantando projeto com o grupo “Contadores de estórias”.
A maioria da clientela procura a ChocoLeio em busca de presentes diferenciados e produtos com assinatura. A casa oferece opções personalizadas e charmosas como as caixas de metal com os pontos turísticos de BH, cestas de livros, licores, chocolates, cervejas e cafés gourmet. Crise? “Ela não é especial do setor alimentício”, comenta a proprietária. “É difícil entrar numa loja dessas e não comprar nada. Mineiro sempre tem um dinheirinho no colchão.” Outra irresistível atração da ChoccoLeio é a cascata de chocolate, receita sigilosa da Puro Cacau: chocolate fluido e de sabor mais doce com frutas. Há também o chocolate quente europeu, a 46 graus, encorpado e com maior teor de cacau, para ser tomado de colher, o frozen de chocolate, mantido na máquina de cristalização e servido com chantilly ou canela, o creme de açaí com raspas de chocolate, granola e frutas. ..
Andréa Angelini Oliveira justifica a própria empolgação: “O desafio é manter a qualidade e pesquisar novos produtos com o cuidado de não ser engolido pelo mercantilismo. Apreciar o que fazemos é essencial. Não dá para trabalhar só pelo dinheiro. Fico feliz com a admiração dos clientes e a satisfação deles com nossa proposta. A decisão de associar o chocolate com café e livros foi decisiva para dar uma cara à grife. A parceria com a Puro Cacau, de Bruno Alves Sebastião, definiu a imagem mineira que queremos firmar. Ele é um comerciante experiente, possui duas chocolaterias em Tiradentes e um restaurante em Caxambu. A ChocoLeio é como a irmãzinha mais nova do grupo. Temos projeto de outras lojas. Por enquanto é sigilo, mas em novembro teremos outra unidade em Belo Horizonte”.
Em tempo: a gerente da Chocoleio tem formação de nível superior, pós graduação em gestão de negócios e se prepara para assumir a área de expansão da empresa.
raio-x
Delícia I
Vendeu 320 quilos de chocolate em quatro meses
Delícia II
No mesmo período, comercializou 2.000
trufas
Exclusivo
Serve 300 copos de frozen de chocolate por mês
Mistura
São 20 espetos de frutas vendidos por dia