O café fino é o mais cotado a nível internacional devido à altura em que é feito o cultivo e também é o que recebe o melhor preço. “Por anos, havia tido uma participação nas exportações de 75%, mas na colheita passada, chegou a 79%”, explicou o presidente da Associação Nacional de Café da Guatemala (Anacafé), Nils Leporowski.
Nils explicou que o aumento é algo positivo para o país, apesar dos problemas enfrentados no setor devido às perdas pela ferrugem. No ano cafeeiro de 2013/2014, as exportações chegaram a 3,128 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma diminuição de 15% comparado com a safra de 2012/2013, quando foram exportadas 3,68 milhões de sacas. Do total exportado na colheita passada, 2,46 milhões de sacas (79%) foram de cafés finos ou estritamente duros, segundo a Anacafé.
Entre os principais destinos para esse tipo de café estão Estados Unidos, para onde foram exportados 43% do total; Canadá, com 10%; Japão, com 14%; e Coreia, com 2%.
“Os cafeicultores implementam melhor as técnicas para produzir café de maior qualidade e, dessa forma, satisfazer a demanda internacional. Notamos que os cafeicultores do Oriente migraram às montanhas para cultivar o grão, devido ao fato de que até um tempo atrás, a praga não tinha chegado a afetar essas áreas como ocorre nas partes baixas”, disse o cafeicultor de Santa Rosa, Daniel Morán. Ele também explicou que, nas partes altas, não somente se produz um melhor café, mas também valorizam o preço pago por ele.
O representante da fazenda Três Generaciones, Carlos Herrera, disse que o mercado internacional paga cerca de US$ 25,8 a mais por quintal (saca de 46 quilos) de café fino comparado com o café tradicional, que no mercado atual tem um preço aproximado de US$ 116,43.
“Os produtores que já têm fazendas nas partes altas também melhoraram as técnicas de cultivo e colheita. Está sendo dada mais atenção à produção, de forma que a quantidade colhida e exportada é maior”, disse Herrera.
Os torrefadores internacionais preferem o café fino devido ao fato de esse ser mais forte e render mais. O café estritamente duro é cultivado a uma altitude de 1.364 metros acima do nível do mar. É um grão compacto e ondulado em sua superfície, com uma fenda bastante fechada e torcida em ziguezague, em geral com uma cor que vai desde verde oliva para verde ótimo, segundo a região. As características para determinar o tipo de café são a intensidade, qualidade, fragrância, no café moído e na infusão.
Devido ao aumento das chuvas nos últimos dias, o setor cafeicultor da Guatemala está preocupado pelo possível aumento da ferrugem do café. “Estamos muito preocupados, porque os produtores não têm dinheiro para fazer a última aplicação de fungicida contra a ferrugem, pela falta de fundos e o aumento da chuva poderia elevar a presença da ferrugem nas plantas”, explicou Leporowski. Até o momento, não se tem reportado aumento nos casos da praga, mas a entidade avalia as zonas.
A reportagem é do http://www.prensalibre.com. / Tradução por Juliana Santin