Cafés especiais estimula consumo da bebida no mercado interno

Atraídos pela qualidade
Um recente estudo realizado pela empresa de pesquisa Interscience e patrocinado pela Abic – Associação Brasileira da Indústria do Café, demonstrou que o consumo de café tem crescido no Brasil impulsionado pela melhoria da qualida

13 de dezembro de 2005 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: Revista Globo Rural por Luciana Franco








Atraídos pela qualidade

Aumento da produção de cafés especiais nos últimos anos estimula consumo da bebida no mercado interno


 

Um recente estudo realizado pela empresa de pesquisa Interscience e patrocinado pela Abic – Associação Brasileira da Indústria do Café, demonstrou que o consumo de café tem crescido no Brasil impulsionado pela melhoria da qualidade do grão.

O trabalho divulgado no 13 Encafé – Encontro Nacional da Indústria de Café, identificou dados interessantes, entre os quais o maior consumo fora do lar, que saltou de 9% dos consumidores em 2003 para 29% em 2005. “Existe um hábito de consumo já consolidado no ambiente de trabalho. As vendas de café expresso são as que mais crescem atualmente”, diz Nathan Herszkowicz, diretor da Abic.

Outra curiosidade é a redução da rejeição por parte dos não consumidores. “Em 2003 as pessoas que não consumiam café respondiam por 9% da população pesquisada. Em 2005 só 7% disseram não tomar café“, diz Ivani Rossi, diretora da Interscience. Entre os motivos que explicam tal comportamento, a mudança de postura da classe médica em relação à bebida teve grande influência. “Segundo o estudo, os médicos recomendam menos que os pacientes deixem de tomar café“, diz.

Consumo
Pesquisas contribuíram para atenuar críticas dos médicos ao grão. Segundo representantes das indústrias de café, as descobertas indicam que o “consumo diário e moderado de café é benéfico à saúde”.

Pela primeira vez na história o consumo em 2005 alcançou 4,3 quilos de pó por habitante por ano. O volume representa 1.340 xícaras anuais, ou 3,6 xícaras por dia. Para 2006 a previsão é de aumento de 4%. “Nosso foco é promover o aumento entre os que já cultivam o hábito de tomar café“, diz Nathan. A meta da Abic para 2010 é registrar vendas de 21 milhões de sacas de 60 quilos de café. Hoje, o consumo equivale a 15 milhões de sacas.

As 1.100 torrefadoras de café do país movimentarão quatro bilhões de reais em 2005. O faturamento será 14% maior que os 3,5 bilhões de reais de 2004. O crescimento reflete o bom desempenho de nichos, como o de especiais. Nos últimos cinco anos 600 empresas fecharam, com o recuo da margem. “Em uma década a margem caiu de 10% a 15% para 2% a 4%”, diz.

Saída
Uma saída é a agregação de valor, com a produção de cafés especiais. Exatamente o que vem fazendo a Bom Dia, maior exportadora de café torrado e moído. “Trabalhamos com produtos tradicionais, especiais e certificados”, diz o presidente Sidney Paiva. Com isso, a empresa prevê alta de 25% nas vendas em 2006, para cerca de 125 milhões de reais.
Luciana Franco

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