Novo episódio do ApexPod, o podcast da ApexBrasil, fala sobre o diferencial competitivo dos cafés especiais e traz a história de Carmem Lucia Chaves de Brito, que passou a infância brincando em cafezais até se tornar um dos principais nomes da cafeicultura
Para muitas pessoas ao redor do mundo, a “pausa para o cafezinho” é a hora mais aguardada do dia. Já para Carmem Lucia Chaves de Brito, brasileira de Três Pontas (MG) e conhecida como Ucha, desde a infância o café ocupa bem mais que algumas horas da rotina. No novo episódio do ApexPod – podcast da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil) –, Ucha conta um pouco da sua história: as brincadeiras de criança nas plantações de café, o investimento em estudo e capacitação, a repaginada que promoveu nos negócios da família ao focar na linha de cafés especiais e o fundamental apoio da ApexBrasil na promoção do produto fora do país.
Primeira mulher a presidir a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), cargo que ocupa atualmente, Ucha é um dos principais nomes da cafeicultura do Brasil. Sua família produz café arábica há mais de 100 anos e ela ressalta que sua própria identidade foi estruturada a partir desse produto, que tem o Brasil como maior produtor e exportador. “A gente que é do mundo do café diz que isso está na veia”, reflete, lembrando cada passo dado como empreendedora até a grande virada de chave, em 2006, quando apresentou à família um projeto para agregar valor ao negócio. “Partimos para a linha de cafés especiais, mais próxima do consumidor final, trazendo um pouquinho desse glamour”, explica. A estratégia funcionou e a produção se tornou um sucesso no país e fora dele.
Por meio da história de Ucha, o episódio do ApexPod, que vai ao ar na próxima sexta-feira (31), apresentará informações sobre o potencial competitivo dos cafés especiais e sobre o projeto setorial “Brazil.The Coffee Nation”, que a ApexBrasil realiza em parceria com a BSCA para promover o produto mundo afora.
Cafés especiais
Os cafés especiais são grãos isentos de defeitos com atributos sensoriais diferenciados, que incluem bebida limpa e doce, corpo e acidez equilibrados e qualificação acima de 80 pontos na análise sensorial. Além da qualidade, os cafés especiais devem ter rastreabilidade certificada e respeitar critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social em todas as etapas da produção.
Junto com a BSCA, a ApexBrasil realiza o projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, atuando na promoção de cafés especiais do país pelo mundo, por meio de feiras internacionais, rodadas de negócios, concursos de qualidade e campeonatos de barismo. O objetivo é reforçar pilares de qualidade e sustentabilidade, buscar os mais altos requisitos de qualidade e atender às rígidas normas internacionais.
De acordo com a analista da gerência de Agronegócio da ApexBrasil, Luciana Furtado, também entrevistada nessa edição do podcast, o Brasil conta com a maior produção certificada do mundo em cafés especiais socioeconomicamente sustentáveis, o que vem sendo um diferencial. “É respeito à natureza e às pessoas envolvidas”, observa.
Ucha elogia essa evolução e lembra que, no passado, havia uma distância grande entre o centro urbano e o campo, além de um desconhecimento sobre a produção. “Isso mudou. O café não nasce no supermercado ou na xícara”, brinca. “É um monte de gente cuidando para que o café possa preencher de sabor a vida das pessoas que sentam a uma mesa para se conectar”.
Segundo a cafeicultora, a parceria entre ApexBrasil e a BSCA foi essencial para a conexão com o mundo. “Pudemos ter o diálogo com pessoas que estavam ávidas por nos conhecer e que nós também queríamos ter acesso”, analisa. “O mundo começou a vir para cá. Hoje, nossos clientes de vários lugares do mundo são quase uma parte aqui da fazenda”.
Parceria de sabor e sucesso
Desde 2002, a ApexBrasil vem atuando em diversas frentes de apoio à exportação de café. As iniciativas vão do auxílio ao produtor à obtenção de certificados e documentações até uma variedade de serviços de capacitação e promoção do produto no exterior.
A parceria com a BSCA surgiu em 2013. O último projeto “Brazil. The Coffee Nation” apoiou 288 empresas, sendo 75 exportadoras que venderam para mais de 100 destinos. O convênio atual, renovado em setembro de 2023, tem como meta alcançar a exportação de USD 2,5 bilhões com 9,5 milhões de sacas e ampliar para 80 empresas exportadoras. Até abril/2024, o valor exportado foi de mais de USD 520 milhões, com 323 empresas participantes, 33 dessas exportadoras que enviam o café para 79 destinos.
Capacitação e lucros exponenciais
Para os produtores brasileiros que desejam exportar café, há um caminho importante a ser trilhado na busca do sucesso: capacitação, foco na qualidade dos grãos, agregar valor à produção e cuidado com a sustentabilidade. Luciana Furtado destaca que o produtor de café especial que atinge a excelência vê o valor do produto subir exponencialmente no mercado externo.
Um exemplo: enquanto a saca de café arábica de 60 quilos custa cerca de US$ 225, o lote do café especial campeão da edição de 2018 do “Cup of Excellence Brazil” – evento realizado no âmbito do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation” – foi de US$ 13 mil. “A gente vê como o café especial é valorizado e pode impactar na renda do produtor”, explica Luciana, lembrando que na edição de 2022 do evento, a saca de um café especial da Bahia também alcançou valores elevados, comercializada por US$ 8 mil.
“Os mercados que têm a consciência dos cafés especiais estão dispostos a remunerar por isso”, assegura Luciana, explicando que a ApexBrasil realiza um ranqueamento de mercados prioritários, tanto para cafés verdes e torrados, como para torrados e moídos. Estados Unidos, Canadá, China, Coréia do Sul, Japão, Espanha, Polônia, África do Sul, Emirados Árabes e Chile são alguns países que se destacam na compra de grãos selecionados.
Maior produtor e exportador de café do mundo
O Brasil é o maior exportador mundial de café. Em 2022, o valor exportado foi de USD 8,542 bilhões – mais que o dobro que o segundo colocado (Colômbia representa 8,9%). Em 2023, de acordo com o Agrostat – Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Brasil exportou USD 8,086 bilhões. Somente em janeiro de 2024 foram exportados USD 2,423 bilhões.
Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a produção de cafés na safra 2023/2024 deve atingir 171,4 milhões de sacas, 6,9 milhões a mais que no anterior. Essa expectativa se baseia principalmente nas projeções realizadas para a produção no Brasil, Colômbia e Etiópia.
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