Terminou quarta-feira (22) o Salão Internacional da Alimentação – Alimentaria Lisboa 2009, realizada no Parque das Nações, na capital portuguesa, e que pela primeira vez contou com a participação do PSI – Projeto Setorial Integrado de Promoção à Exportação de Cafés Industrializados. “O resultado foi altamente positivo”, diz Christian Santiago, coordenador executivo do PSI, programa comercial realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).
Durante os quatro dias do evento, o estande ‘Cafés do Brasil’ foi visitado por compradores de diversas redes varejistas, como Recheio-Jeronimo Martins, El Corte Inglês e o Intermaché, do grupo Os Mosqueteiros, por distribuidores regionais e por profissionais da Espanha e Itália.
Além da promoção institucional dos Cafés do Brasil, o estande contou com a presença das indústrias Café Jandaia, do Paraná, e Café Moraes, de São Paulo, que já possuem filiais em Portugal. “Ambas as empresas fecharam ótimos negócios”, diz Santiago. A Café Jandaia conseguiu avançar nas negociações com o Grupo Mosqueteiros (Intermaché), que tem mais de 230 lojas em Portugal. A empresa brasileira já fornecia para algumas lojas do grupo, e agora poderá atingir toda a rede.
Já a Café Moraes fechou a venda de mais de 4 toneladas de café para diversas distribuidoras regionais de médio porte, que é a estratégia da empresa. Para o empresário Rodrigo Luis Moraes, a participação do PSI – Cafés do Brasil na Alimentaria fez a diferença na argumentação final junto aos seus clientes, que perceberam a seriedade e disposição do país em promover os produtos no mercado português.
Mercado português, exemplo
Portugal e região representam um enorme potencial para os cafés industrializados no Brasil. As vendas do produto para o mercado luso cresceram 161% de 2007 para 2008, de US$ 86.443 para US$ 225.785, e foi esse desempenho que levou a coordenação do PSI a optar pela participação na Alimentaria. De acordo com Christian Santiago, esse crescimento das exportações ocorreu, sobretudo, em função dos investimentos feitos nos últimos anos pelas empresas em infra-estrutura, abertura de filiais e em treinamento de equipes de vendas próprias.
A Café Jandaia, por exemplo, seguindo orientação do PSI, abriu há três anos uma filial na cidade de Massama, região da Grande Lisboa. Milton Nogueira, diretor da Unidade Portugal da empresa, diz que estar próximo do cliente faz toda a diferença no resultado das vendas, e não seria possível obter esse desempenho sem estar instalado no mercado. A meta da empresa é fechar 2009 com um resultado 45% superior ao de 2008.
“Essa experiência portuguesa serve para todos os mercados”, reforça Santiago. “Muitos compradores dão realmente preferência para as empresas que têm filiais em suas regiões, por que consideram que essa proximidade representa segurança e compromisso por parte do empresário brasileiro. Assim, fica evidente que os exportadores deverão considerar esse ponto quando estiverem realizando seus projetos de exportação, pois o sucesso das vendas não está somente no produto, e sim na combinação de produtos e serviços”.
Sobre o PSI – O Projeto Setorial Integrado de Promoção à Exportação de Cafés Industrializados da Apex-Brasil tem sido fundamental para fomentar as vendas mundiais, e com maior valor agregado, de cafés em grão torrado ou moído produzidos no Brasil. A exportação com marca brasileira é uma iniciativa muito recente, que assumiu uma característica de negócios consistentes a partir de 2002, quando foi firmado o primeiro convênio entre a Apex-Brasil e a ABIC. Nesses sete anos, em função das ações do PSI, as vendas aumentaram em quase 800%: de US$ 4 milhões, em 2002, para US$ 35,6 milhões, em 2008. O novo convênio, com validade até 2010, prevê novas estratégias para a inserção dos Cafés do Brasil em diferentes mercados, principalmente os considerados “traders”, que são países ou regiões com um alto potencial de comercialização dos produtos, como é o caso de Portugal.