CAFÉ/OIC: PAÍSES EXPORTADORES TÊM GRANDES ESTOQUES PARA MÊS “CRÍTICO” DE JULHO

As exportações mundiais de café tiveram um “forte” aumento em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, levando os importadores a ficarem abastecidos para mês “crítico” de julho.

10 de julho de 2017 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)

Londres, 10/07/2017 – As exportações mundiais de café tiveram um “forte” aumento em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, levando os importadores a ficarem abastecidos para mês “crítico” de julho. O Brasil, no entanto, apesar de ser o maior produtor e vendedor externo da commodity, viu seu comércio para fora do País cair pelo segundo ano consecutivo. Além disso, ainda podem ocorrer geadas em algumas áreas do Brasil e um possível surto de ferrugem em outros países, levando a preocupações com a oferta.


Estas avaliações foram todas feitas pela Organização Internacional do Café (OIC) por meio do relatório mensal da entidade de junho, divulgado hoje. A sede da OIC fica em Londres e conta, desde maio, com uma nova direção. De acordo com a instituição, as exportações globais em junho foram de 10,9 milhões de sacas, o que representa um aumento de 8,8% ante igual mês de 2016 e um aumento dos estoques nos países importadores da commodity. “Por isso, o mercado do café estará bem fornecido no mês crítico de julho, quando as geadas continuam sendo possíveis no Brasil”, observou a OIC no documento.


A Organização também informou que, nos oito meses do ano cafeeiro de 2016/17 (outubro a maio), as exportações totais ficaram 3,9 milhões de saca acima das remessas do mesmo período do ciclo anterior, quando totalizaram 77,4 milhões de sacas.


Brasil


Já as exportações do Brasil, nos oito meses da safra 2016/17, diminuíram pelo segundo ano consecutivo. De acordo com a OIC, as vendas externas do país foram de 22,7 milhões de sacas em 2016/17, uma redução de 5,9% na comparação com a safra anterior. “No entanto, a diminuição foi menor do que o esperado, apesar da colheita relativamente pobre”, trouxe o relatório da OIC.


A entidade observou que, além de os exportadores se basearem nos fortes estoques existentes para fazerem seus negócios, o reduzido volume de vendas brasileiras foi compensado por embarques em outros países. “Notavelmente, Colômbia, Etiópia, Honduras, Indonésia, Peru e Uganda atuam para preencher um potencial hiato de abastecimento.” O documento cita que a Colômbia aumentou suas vendas para 9,2 milhões de sacas no período, 7,2% a mais que de outubro de 2015 a maio do ano passado. No caso da Indonésia houve, de acordo com a OIC, um “impressionante” aumento de 2,3 milhões de sacas, o que representa uma elevação 60% em relação ao período an terior. Em Honduras, as exportações ficaram 30% maiores do que em 2015/16. “Como resultado dos altos volumes de exportação até agora durante este ano cafeeiro e o acúmulo de grandes estoques nos países importadores, o mercado permanece bem abastecido. A queda súbita dos preços durante a terceira semana de junho parece ter sido desencadeada pelo movimento de café e outras soft commodities”, avaliou a OIC. “No entanto, no mês de julho, ainda existe um risco residual de geada potencial no Brasil, afetando as perspectivas para a próxima safra. Da mesma forma, possíveis surtos de ferrugem nos cafezais em países, como Honduras, pode aumentar as preocupações com a oferta no mercado”, concluiu.


Fonte: Broadcast

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