Impressão de que substância ajuda pode estar ligada a simples vício nela.
Quando comparada com placebo, cafeína pouco alterou o organismo.
Nicholas Bakalar
Pode ser que você não precise daquela xícara de café. Um estudo descobriu que, assim que as pessoas passam pelo processo de retirada de cafeína, elas se sentem tão despertas com um placebo quanto com a cafeína.
Cientistas dividiram 16 usuários regulares de cafeína em dois grupos. Um deles foi mantido por três semanas com 400 miligramas de cafeína por dia (a quantidade em cerca de meio quilo de café forte), e o outro passou três semanas com um placebo. Então, os grupos foram trocados. A troca para a cafeína ou para o placebo causou mudanças agudas no fluxo sanguíneo ao cérebro e nas leituras de encefalografia. Aqueles que mudaram para o placebo sofreram dores de cabeça e diminuição de energia e atenção.
Porém, não houve diferenças significativas entre os dois períodos de manutenção – ou seja, se a pessoa consumiu consistentemente cafeína ou placebo, a maioria das medições fisiológicas e todas as medições subjetivas de atenção e fadiga foram idênticas. O único benefício aparente do consumo de cafeína foi que ele evitou os sintomas da retirada. O estudo aparece na publicação especializada “Psychopharmacology”.
A principal autora, Stacey Sigmon, professora associada de pesquisa em psiquiatria na Universidade de Vermont, sugere que os usuários habituais de cafeína podem estar enganando a si mesmos. “Desenvolve-se uma tolerância”, disse ela, “e você passa a não obter nenhum benefício”. Sigmon é consumidora de café, e não tem planos de parar.