Talvez você não precise daquela xícara de café. Um estudo constatou que, depois que as pessoas superam os problemas causados pela abstinência de cafeína, se sentem tão despertas ao receber um placebo quanto ao usar cafeína.
Os cientistas dividiram 16 usuários regulares de cafeína em dois grupos. Um foi mantido por três semanas em um regime de 400 miligramas de cafeína ao dia (o equivalente a cerca de 600 mililitros de café forte), enquanto o segundo grupo recebia um placebo durante as três semanas. Depois, os grupos foram trocados. A passagem da cafeína ao placebo e vice-versa deflagrava fortes alterações no fluxo de sangue ao cérebro e nas leituras de encefalografia, e as pessoas que substituíram a cafeína pelo placebo apresentavam dores de cabeça e uma redução em seu nível de energia e de atenção.
Mas não houve diferenças significativas entre os dois períodos de manutenção -ou seja, se a pessoa estava consumindo quer cafeína, quer o placebo, de maneira consistente, a maioria dos indicadores fisiológicos e todos os indicadores subjetivos de atenção ou cansaço eram idênticos. O único benefício aparente do consumo da cafeína é que isso impedia o surgimento de sintomas de abstinência. O estudo foi publicado pela revista Psychopharmacology.
A diretora científica do estudo, Stacey Sigmon, pesquisadora e professora associada de psiquiatria na Universidade de Vermont, sugere que os usuários habituais de cafeína podem estar se iludindo. “A pessoa desenvolve tolerância”, diz, “e não está recebendo benefício algum”. Ela mesma bebe café, e não planeja parar.
Ordem de aplicação de vacinas ajuda a combater a dor A dor que as crianças pequenas sentem ao passar por uma série de vacinas pode depender da ordem em que as diferentes injeções lhes sejam aplicadas.
Tipicamente, as crianças pequenas recebem as vacinas DPTaP-Hib (que previne difteria, poliomielite, coqueluche e Haemophilus influenzae Tipo B) e PCV (que previne doenças pneumocócicas) na mesma visita ao consultório. Pesquisadores designaram 120 crianças com idade média de quatro meses e meio para receber as duas vacinas em ordem determinada aleatoriamente.
A aplicação foi gravada em vídeo e os resultados em termos de dor foram avaliados por um grupo de observadores independentes, que utilizaram uma escala de 10 pontos e tomaram por base de avaliação as expressões faciais e movimentos corpóreos das crianças. Os pais também classificaram a dor sofrida por seus filhos, em uma escala de 10 pontos que variava de “dor nenhuma” a “a pior dor possível”. Por fim, os pesquisadores também anotaram a presença ou ausência de choro depois das aplicações. Os resultados do estudo foram publicados na edição de maio da revista Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine.
De acordo com as três escalas de avaliação -dor classificada por observadores independentes, observações paternas e presença ou ausência de choro-, aplicar primeiro a vacina DPTaP-Hib causava significativamente menos dor.
O diretor científico do estudo, o Dr. Moshe Ipp, da Universidade de Toronto, disse que aplicar as vacinas na ordem correta era um método de trabalho simples e efetivo. “O custo desse procedimento é zero”, ele afirmou, “e não há dificuldade alguma para incorporá-lo às práticas clínicas”.
Privação de sono é mais fácil entre os idosos Pode parecer que o vovô vive cochilando em sua poltrona favorita, mas um pequeno estudo sugere que a probabilidade de cochilos é muito maior entre os jovens que não dormem direito.
Os pesquisadores estudaram os padrões de sono de 37 pessoas que apresentam quadro de boa saúde, 26 das quais com menos de 29 anos e as demais com mais de 65. O estudo de cinco dias incluiu um período de 26 horas que os voluntários concordaram em passar acordados.
Os cientistas acompanharam o estado desperto por meio da avaliação de ondas cerebrais e movimentos oculares, e administravam testes a cada duas horas para medir tempos de reação e lapsos de atenção.
A análise do trabalho, publicada em 3 de maio na edição online do Journal of the American Geriatrics Society, constatou que pelas primeiras 16 horas sem dormir os dois grupos apresentavam resultados mais ou menos parecidos, mas nas 10 horas seguintes os jovens registraram três vezes mais episódios de perda de atenção do que as pessoas mais idosas, bem como tempos de reação significativamente mais lentos. As pessoas com menos de 29 anos também apresentaram maior inclinação a cochilar -mais de metade delas cochilaram por algum tempo em algum momento do teste, enquanto todas as pessoas mais velhas se mantiveram acordadas.
“As pessoas mais velhas que caem dormindo durante o dia podem estar sofrendo de outro problema”, disse a diretora científica do estudo, Jeanne Duffy, professora assistente na escola de medicina da Universidade Harvard. “O problema não é uma consequência normal do envelhecimento”.
Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times