10/03/09 – A cafeicultura seguiu a rastreabilidade e a sustentabilidade tanto exigidas pelo mercado, mas a compensação não vem em forma de preços. Além de o mercado mundial ser dominado por meia dúzia de transnacionais, as Bolsas de negociações já não são mais uma referência séria para os preços.
BOAS NOTÍCIAS
A avaliação é de João Lopes Araújo, presidente da Assocafé (Associação de Produtores de Café da Bahia), que realiza simpósio em Salvador para discutir a cafeicultura. Mas há também boas notícias no setor: perspectivas de alta de preços -devido aos baixos estoques-, desvalorização do real e queda no preço dos fertilizantes, diz Araújo.
CUSTOS CONTRA RENDA
Um dos principais problemas do setor, hoje, é a produtividade, avalia o engenheiro agrônomo Roberto Antonio Thomaziello, do Instituto Agronômico. Quem estiver abaixo de 30 sacas por hectare não fecha as contas -a média nacional está em 17 sacas.
ROBUSTA POR ARÁBICA
José Braz Matiello, engenheiro agrônomo e coordenador do Procafé, do Ministério da Agricultura, concorda e diz que hoje a melhor renda vem do café robusta, devido aos custos menores. Esse tipo de café tem preço de arábica, mas custos 30% menores.
PEQUENO
Matiello diz que o pequeno produtor, de até 10 hectares, tem condição um pouco melhor de renda porque tem economia nas despesas, principalmente mão-de-obra, o que não ocorre com os médios, de 10 a 50 hectares. Já os grandes têm melhor estrutura de produção.
CRISE E CONSUMO
A crise econômica parece ainda não afetar a demanda por café verde, na avaliação de Guilherme Braga, do Cecafé (conselho dos exportadores). Nos oito primeiros meses desta safra, o Brasil já exportou 21 milhões de sacas, 2 milhões a mais do que na safra anterior, diz ele.