O preço mínimo do café foi uma das reivindicações apresentadas para Kátia Abreu, presidente da CNA – Confederação Nacional da Agricultura; De acordo com a senadora é preciso planejamento
No dia 20 de abril, sábado, a COOXUPÉ – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé /MG realizou o Encontro de Lideranças da Cafeicultura para receber a senadora Kátia Abreu, oportunidade em que líderes discutiram o momento que a cafeicultura atravessa e apresentaram as principais reivindicações para mais valorização do setor. O encontro reuniu mais de 250 pessoas na Assoxupé, entre representantes de Cooperativas, Sindicatos, FAEMG – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais e lideranças políticas regionais, estadual e federal.
Com o objetivo de iniciar um movimento de reivindicações de políticas públicas para a cafeicultura, documentos foram entregues para a senadora contendo questionamentos e cobrando apoio mais efetivo do Governo Federal. Um deles foi o preço mínimo do café, conforme mencionado na carta dos Sindicatos dos Produtores Rurais presentes no evento. “Há de se rever com urgência o reajuste do preço mínimo do café (…) e imediatamente após essa definição, a discussão, juntamente com o corpo técnico, de uma proposta para melhoria da política de renda para o produtor”, afirma o documento. Kátia Abreu leva para Brasília a proposta para o preço mínimo de R$ 340,00.
A ausência de políticas públicas para o setor e a ineficiência da logística e infraestrutura do país para o escoamento dos grãos também foram apontadas pelas lideranças. “O momento agora é de política. Não há mais o que discutir na parte técnica da produção. É preciso vontade política dos governantes para melhor funcionamento da cafeicultura. Se for necessário, em último caso, temos condições para uma mobilização democrática rumo à Brasília para lutarmos para melhores negociações”, completou Roberto Simões, presidente da FAEMG.
Em seu discurso, Kátia Abreu declarou que é necessário aprender a trabalhar fora de crise e que o café tem fundamental importância para a economia nacional. “Planejamento é tudo o que precisamos e é o que estamos tentando incorporar na CNA. O Brasil é a grande fazenda do mundo”, disse.
A senadora ainda reconheceu que as políticas públicas existentes não conseguiram acompanhar o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, enfatizando a questão da logística com a falta de outros meios para agilizar a movimentação dos grãos e a super lotação dos portos prejudicados pela lentidão no embarque dos produtos. Kátia Abreu ainda informou as medidas que a CNA está trabalhando em prol do setor. “Estamos trabalhando em um plano agrícola cuja política deve ter duração de 4 ou 5 anos para que possamos nos planejar e a proposta é colocarmos isso em prática no ano de 2015. Mas, antes disso, estamos lutando para que esse plano passe para um ano e oito meses. Atualmente o plano é anual e isso não nos permite planejamento”, aponta.
Ela ainda comentou sobre extensão rural com políticas públicas envolvendo pesquisas e um programa de armazenagem para elevar a capacidade do Brasil, que no momento é de 70% da safra brasileira. “A dos EUA é de 150%”, comparou. Linhas de créditos para o pequeno e médio produtor e a questão de exportação e importação também foram mencionados pela autoridade política.
Carlos Paulino, presidente da COOXUPÉ, reforçou aos líderes que a COOXUPÉ está disposta a se mobilizar para a conquista dos objetivos do setor. “Os produtores rurais precisam se unir mais assim como as classes representativas. A união não deve acontecer somente em tempos de crises, mas em todas as situações. É preciso juntar o poder de mais de 350 mil produtores para uma pressão política”, alertou.