CAFEICULTORES MINEIROS CONHECEM TECNOLOGIA DO ESTRESSE HÍDRICO

Por: Embrapa Cerrados

A tecnologia de manejo de irrigação do cafeeiro com estresse hídrico para otimizar a produtividade e a qualidade do café, desenvolvida pela Embrapa Cerrados (Planaltina – DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está sendo difundida entre cafeicultores mineiros. Os pesquisadores Omar Cruz Rocha e Antonio Fernando Guerra apresentaram os experimentos realizados no CPAC, na tarde de quarta-feira, a um grupo de 40 cafeicultores e técnicos agrícolas do município de Araguarí (MG).

Durante o Dia de Campo na Embrapa Cerrados, o grupo teve oportunidade de ver na prática as técnicas de manejo da irrigação do cafeeiro com uso do estresse hídrico para uniformização da florada. A equipe de pesquisadores da Embrapa envolvida com o desenvolvimento de um sistema de produção eficiente para tornar a cafeicultura irrigada do Cerrado uma atividade sustentável tem realizado Dias de Campo externos no Oeste baiano e no próprio CPAC para transferir a tecnologia aos produtores. O longo período de seca e a baixa retenção de água no solo do Cerrado deixaram de ser um problema para os produtores de café graças a suspensão das irrigações, de forma assistida, por mais de 60 dias. A tecnologia de manejo da irrigação com estresse hídrico permite a sincronização no desenvolvimento das gemas de modo a provocar a floração uniforme do cafeeiro. “Mais importante do que ter o sistema de irrigação, é saber manejá-lo”, destaca o pesquisador Omar Rocha.

Os produtores mineiros mostraram interesse em aprender mais sobre a tecnologia que permite economizar mais de 30% na água e energia usados na irrigação. Segundo Santos Patuss, cafeicultor de Araguarí, o estresse hídrico é “uma novidade” que poderá ser aplicada nos seus 25 hectares de café irrigado. O produtor admitiu que continua “gastando muita água”, distribuída aleatoriamente, e a possibilidade de utilizar o estresse hídrico deve impedir que as árvores florem várias vezes e comprometam a qualidade da safra, pois alguns grãos estarão maduros e outros ainda em crescimento. Antonio Donizete Nascimento, outro cafeicultor de Araguarí, também destacou a aplicabilidade das técnicas vistas durante o Dia de Campo na Embrapa Cerrados. Antonio salientou que os produtores “jogam dinheiro, água e energia fora por ignorância”, mas a possibilidade de utilizar o estresse hídrico irá permitir o uso racional da água e maiores ganhos para o produtor.

Para Roberto Watanabi, proprietário de 150 hectares de café na região de Araguarí, o estresse hídrico já é um procedimento utilizado para “igualar a maturação e economizar energia”. O produtor utiliza a tecnologia da Embrapa Cerrados e recomenda aos demais cafeicultores de Araguarí.

A tecnologia, além de aumentar consideravelmente a produção, também melhora a qualidade do café. Para os pesquisadores Antonio Guerra e Omar Rocha, um dos objetivos é transformar o Cerrado brasileiro em pólo de produção de cafés especiais. Quanto ao incremento da produção, uma comparação entre a produtividade alcançada pelos cafeicultores mineiros e a atingida nos experimentos da Embrapa Cerrados dimensiona a importância de transferir a tecnologia do estresse hídrico.

Enquanto na região de Araguarí a produtividade média fica entre 38 e 40 sacas por hectare, a produtividade com estresse hídrico chega a 65 sacos por hectare no CPAC. Outros benefícios da tecnologia, relacionados pelo pesquisador Antonio Guerra, são o aumento da produção de grão cerejas em mais de 30%, possibilitando maximizar a produção de cafés especiais; redução no número de horas de funcionamento das colhetedeiras e número de colheitas e redução da bienalidade na produção através da sincronia no desenvolvimento dos botões florais e do enchimento de grãos.

A Embrapa Cerrados disponibiliza o programa de Monitoramento de Irrigação no Cerrado no sítio http://www.cpac.embrapa.br/hidro . A ferramenta permite ao cafeicultor determinar a lâmina líquida de água a ser aplicada em cada irrigação. Se o produtor não dispõe de acesso à Internet, pode entrar em contato com o SAC da Unidade pelo telefone (61) 3388-9941.

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