O sul do Brasil está começando a registrar as primeiras chuvas após um ano histórico de seca. No entanto, não são suficientes para eliminar os medos de uma crise energética, escassez de água e a recuperação nas plantações de cultivos para exportação.
Entre janeiro e fevereiro de 2014, foram registradas temperaturas máximas em 80 anos nessa região, que movimenta 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e prejudicaram 15% do café da nova colheita.
“Essa colheita tinha tudo para ser recorde, porque muitas plantações eram novas e os cafeicultores tinham investido para aumentar a produtividade”, disse o representante da consultora, Safras e Mercado, Gil Barabach.
Um terço da produção de café mundial é cultivado no Brasil, mas as reservas da planta estão em risco caso não consigam desenvolver frutos no futuro.
“É ruim dizer isso, mas a desgraça do Brasil se converteu em um benefício para nós e, em especial, para a área da América Central, já que esse país requereria de duas a três colheitas para recuperar as perdas”, disse o presidente do Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé), Asterio Reyes.
O cafeicultor hondurenho agrega que durante esse tempo, o grão da América Central terá um preço melhor. “Mesmo a Colômbia está tendo problemas de variabilidade climática e a questão é que o bom café que produzem os países da América Central, Brasil e outras nações, é usado para misturar com grãos danificados”.
Apesar dos insumos, o café em El Salvador não terá seu melhor ano na colheita, porque apenas ficará em cerca de 613,3 milhões de sacas de 60 quilos e não 920 milhões de sacas que tinham sido previstas. “Temos trabalhado no setor cafeeiro para incentivar sua produção. Sabemos que esse também está prejudicado pela ferrugem e que isso pode reduzir a aposta que tínhamos feito da produção de café”, disse o presidente de El Salvador na semana passada, Salvador Sánchez Cerén.
No entanto, as adversidades climatológicas que o Brasil atravessou possibilitam o crescimento exportador de outros países. “A matemática é simples. O Brasil precisa de 53 milhões de sacas por ano, 32 deles para exportação”, disse a consultora independente, Judith Ganes. Em seus cálculos, o Brasil reportará um déficit de 16 milhões de sacas entre esse ano e o seguinte. Isso se distribuirá entre Colômbia e América Central, disse ela.
A reportagem é do http://www.laprensa.hn / Tradução por Juliana Santin / Café Point