Cafeicultores familiares aprendem acessar a internet em aulas gratuitas de informática

Emater-MG é uma das parceiras da ação desenvolvida no Sul de Minas, Zona da Mata e Vale do Jequitinhonha

BELO HORIZONTE (25/04/2016) – Cafeicultores familiares de Minas Gerais estão aprendendo a utilizar o computador para gerenciar as atividades no campo, enviar e-mails e acessar informações de mercado. Uma parceria entre a Emater-MG, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Iniciativa do Comércio Sustentável está oferecendo aos produtores cursos gratuitos sobre sustentabilidade na cafeicultura e informática.


Os cursos são realizados em 14 municípios, nas regiões produtoras do Sul de Minas, Zona da Mata e Vale do Jequitinhonha. São eles: Lajinha, Alfenas, Poço Fundo, Três Pontas, Ouro Fino, Conceição das Pedras, São Gonçalo do Sapucaí, Pedralva, Muzambinho, Juruaia, Guaxupé, São Pedro da União, Carangola e Capelinha.


Para o primeiro semestre deste ano foram formadas 14 turmas com uma média de 12 alunos cada uma. Os cursos têm duração de três meses, com uma aula por semana. Na parte de informática, os produtores têm aulas sobre Word, Excel, acesso à internet e também aprendem como criar um e-mail.


Segundo o coordenador estadual de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussú Guimarães, o mercado do café é muito dinâmico e os cafeicultores precisam de informações de qualidade para evitar prejuízos. “Muitas vezes essas informações, que agregam valor à produção, estão disponíveis em sites. Se o produtor não consegue acessá-las, ele perde dinheiro e oportunidade de conhecimento”, afirma.


O produtor de café e leite Mário Aparecido de Abreu, do município de Ouro Fino, é um dos mais animados do curso. “Tem ajudado muito. Sabendo utilizar o computador, eu consigo ver preços do café e leite. Isso é importante para eu vender o meu produto por um preço adequado”, diz.


Sustentabilidade


Outro eixo trabalhado nos cursos é a sustentabilidade na cafeicultura. Nas aulas são abordadas questões sobre o manejo da água na lavoura, conservação do solo, controle de doenças e pragas. Bernardino Cangussú lembra que a intervenção humana no meio ambiente gera danos e que é preciso adotar práticas para a recuperação e conservação do ambiente.


“Esse tema sustentabilidade discute como vamos utilizar essa terra e deixá-la igual ou melhor do que a forma que a recebemos de nossos pais. O que a gente vê é uma preocupação grande dos produtores com essa questão. E o que nós fazemos é levar a eles tecnologias para que consigam a melhoria desse ambiente”, diz Cangussú.


Odair Barbosa, outro produtor do município de Ouro Fino, sabe da importância da sustentabilidade na cafeicultura. Desde 2009 a propriedade dele é certificada pelo Certifica Minas Café. O programa estadual prepara o produtor para atender exigências do mercado internacional, seguindo padrões de sustentabilidade, melhorando a forma de atuar na propriedade. Segundo Odair, o curso ministrado pela Emater-MG sobre sustentabilidade está ampliando os seus conhecimentos. “A gente quer sempre aprender mais. É preciso melhorar. E o curso tem nos ajudado”, relata.


O tema sustentabilidade na cafeicultura é trabalhado nas aulas por técnicos da Emater-MG. A parte de informática fica sob responsabilidade de um profissional da área contratado para os cursos. A empresa também é a responsável pela mobilização e organização dos produtores interessados a participar das aulas. No segundo semestre, a partir de agosto, serão oferecidos os mesmos cursos em municípios a serem definidos. Os interessados devem procurar o escritório da Emater-MG para fazer a inscrição, assim que as turmas forem anunciadas.

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