Cafeicultores do oeste baiano cobram ferrovia

Por: Correio da Bahia

A má conservação das rodovias e a distância de aproximadamente 800km que separa a região oeste do estado do Pólo Petroquímico de Camaçari, fonte de matérias-primas dos produtores, faz da logística o principal gargalo desse setor produtivo. Nos cálculos do presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Humberto Santa Cruz Filho, o custo da logística encareceu cerca de 30%. “A ferrovia é a solução definitiva ligando o oeste da Bahia ao cerrado e ao litoral”, defende o presidente da Aiba.

O prefeito do município de Luís Eduardo Magalhães, Oziel Oliveira, afirma que a rodovia federal BR-242, que interliga Brasília a Salvador, está causando prejuízos financeiros aos produtores. “Acredito que nós perdemos cerca de 5% de nossa produção na estrada”, calcula. O estado geral de conservação da BR-242 é classificado por ruim para os 773km avaliados na Pesquisa Rodoviária 2005 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Segundo Oliveira, um estudo encomendado revela que o custo do projeto ferroviário, com malha de 550km de extensão interligando os municípios de Luís Eduardo Magalhães e Brumado, exige aporte de recursos de cerca de US$1 bilhão. “A classe produtiva está pronta para fazer essa parceria com o governo”, antecipa.

Os irrigantes do oeste compram, anualmente, do Pólo Petroquímico de Camaçari cerca de 700 milhões de litros de combustível, 1,2 milhão de toneladas de fertilizantes, cerca de um milhão de toneladas de corretivos e 140 milhões de litros de defensivos agrícolas. Apesar da distância e da má conservação, a rodovia é o meio utilizado para transportar a carga.

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