Cafeicultores de Patrocínio (MG) pedem por mais recursos

20 de janeiro de 2006 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: Correio de Uberlândia

Produtores de café na região de Patrocínio, em Minas Gerais, reclamam da falta de recurso para a safra 2005/006. Enquanto em anos anteriores, a agência local do Banco do Brasil recebia em torno de R$ 10 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para financiar cafeicultores no município, neste ano o recurso foi reduzido a R$ 2,5 milhões, o que possibilitará atender apenas 25% da demanda.

Segundo o presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), Wilson José de Oliveira, a preocupação é grande, pois, sem acesso ao crédito, muitos produtores não dispõem de recursos próprios para desenvolver todos os procedimentos necessários neste período de crescimento dos grãos, como adubação e aplicação de defensivos.

“Há muito tempo, o Funcafé, benefício conseguido pelo deputado federal na época e hoje secretário de Estado da Agricultura, Silas Brasileiro, vem sendo um instrumento fundamental para o custeio dos produtores da nossa região. Mas este ano, o que se percebe é que os recursos pulverizaram muito”, reclamou o presidente da Acarpa.

Ele conta que, dos R$ 400 milhões, apenas R$ 110 milhões foram destinados ao Banco do Brasil. O restante foi dividido entre cooperativas de crédito e outros bancos.

O Funcafé foi criado pelo Decreto-lei nº 2.295, de 21 de novembro de 1986, tendo na época o Banco do Brasil como único agente financeiro credenciado para liberar o recurso. O programa visa fomentar a cafeicultura nacional, por meio das linhas de financiamento destinadas aos tratos culturais, colheita, estocagem e outros procedimentos previstos em lei.


Remuneração:

Depois de quatro anos amargando preços baixos, produtores de café estão conseguindo respirar um pouco, com a melhor valorização do produto no mercado externo. Esta semana a saca foi comercializada em torno de R$ 300 a R$ 320 no mercado futuro, para entrega entre os meses de julho e agosto de 2006, apresentou a mesma remuneração.

“Chegamos a vender café até a US$ 33 a saca. Foi um período difícil que os cafeicultores querem, definitivamente, esquecer no passado. Os insumos, também com cotações vinculadas ao dólar, sempre foram muito caros. Esta valorização vem contribuir para que muitos produtores se mantenham na atividade, consigam pagar suas dívidas e invistam na sua lavoura”, disse o presidente da Acarpa.

Para a próxima safra, a expectativa do presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio, Wilson Oliveira, é que a região do cerrado, que soma 55 municípios, responda com uma produção de aproximadamente 3 milhões de sacas. Deste total, cerca de 450 mil deve sair da região de Patrocínio e municípios vizinhos.

“Temos no Brasil um produto de excelente qualidade e com marca registrada em 38 países, que é o selo Café do Cerrado. Cafeicultura gera em torno de 8,4 milhões de empregos e é a segunda commodity mais importante do País, perdendo apenas para o petróleo. Por isso, precisamos que os órgãos competentes tenham mais atenção com a nossa atividade. Liberando recursos na época certa e em quantidade necessária e desenvolvendo ações de marketing para a colocação do nosso produto no exterior”, concluiu o Wilson José de Oliveira.

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