Os produtores de café de Caconde (SP), que estavam perdendo parte da plantação por conta do tempo seco, agora também contabilizam danos causados pela chuva de granizo que atingiu o município no domingo (1º). Em alguns cafezais os prejuízos chegam a 50%.
Mais da metade da lavoura de três hectares de Renan Bruno dos Santos se perdeu com a tempestade, quando choveu o equivalente a 20% do volume esperado para todo o mês de fevereiro. “Olhando para a lavoura, nós ficamos bem tristes porque a gente via a chuva de pedras danificando muito as plantas. Começou a quebrar os galhos de café, derrubar, cair muita folha”, contou o cafeicultor.
O bairro mais atingido foi o São João, onde Paulo Donizetti Ferreira tem uma fazenda de 50 hectares. Metade da plantação foi afetada, resultando em um prejuízo de mais de R$ 100 mil. “A seca chegou e a gente já estava tendo uma perda de 20% a 25%, aí a chuva veio, só que ela trouxe o granizo junto e a perda, no geral, já está em 50%”, afirmou.
Funcionários da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé e Região estão visitando as propriedades para contabilizar as perdas. Apesar de ainda não haver um balanço, eles sabem que a situação é crítica porque a tempestade ocorreu no período de crescimento dos frutos.
“É a fase em que o fruto está em expansão, então esse fruto que cai no chão não tem aproveitamento e o que fica na planta e foi lesado pelo granizo acaba perdendo qualidade depois”, explicou o técnico agrícola Ariovaldo de Moraes.
Para minimizar os prejuízos, os produtores tentam salvar o que restou das lavouras e devem recorrer à pulverização para, segundo Moraes, ajudar as plantas a se protegerem das doenças, evitando danos ainda maiores.