CAFEICULTORES DA REGIÃO DE UMUARAMA NO PARANÁ COLHEM PREJUÍZOS DA GEADA DE 2013

 As geadas ocorridas entre junho e julho do ano passado promoveram quebra de 27% na safra de café no núcleo regional de Umuarama e Cianorte. Conhecido no passado como o “ouro preto”, hoje a cultura na região perdeu força e não passado de 1.428 hectares de área plantada.


Conforme o economista do Deral de Umuarama, Ático Luiz Ferreira, mesmo com a geada, no ano passado o café foi colhido em 1.052 hectares, hoje a estimativa é de apenas 770 hectares. Na região de Umuarama o município que ainda continua apostando na cultura é São Jorge do Patrocínio, com 630 hectares de área plantada. Umuarama, que já foi rodeada por pés de café em 1960, hoje não passa de 115 hectares de plantação.


O economista explica que a queda na safra ocorreu devido às fortes geadas de 2013 e a necessidade do produtor em realizar a recepa (poda da planta). “No ano passado a região tinha 3.345 hectares de área plantada e mesmo com a geada, destes foram colhidos 1.052 hectares. Esse ano com a poda das plantas a produtividade foi prejudicada e se tudo correr bem no próximo ano teremos mais café”, disse Ferreira.


Para o Ático Luiz a saida do produtor da cultura do café não se deve apenas a problemas climáticos, mas também a falta de mão de obra e os baixos preços do mercado. “A cultura perdeu muita força na região. Os preços baixos, a falta de mão de obra empurrou o produtor para cidade. Muitos deixaram o campo e hoje preferem trabalhar em facções e outras industrias”, esclareceu.


Pé enterrado na terra


Mesmo com todos os problemas da cafeicultura os produtores da estrada São Tome, em Umuarama, Genésio Marsolla e Valdecir Marsolla, não abandonam o café, que plantam desde 1970. “A produção de café praticamente acabou na nossa região. Nós estamos com 35 mil pés de café e vamos tentar mais um ano, não tem como deixar assim de uma hora para outra”, disse Valdecir.


Com a geada do ano passado pai e filho só conseguiram colher 30 sacas de café esse ano, números que não pagam nem as despesas com o manejo da cultura. “Ano passado aos pés ficaram no esqueleto. Esse ano o que produziu foi um café novo de três anos. Mas não deu quase nada, pois só eram três mil pés, não paga nem as despesas”, disse o filho.


Mas para o próximo ano os produtores estão esperançosos, pois conforme o dito popular, nunca tem geada dois anos para matar o café. “Nasci em baixo de um pé de café, estamos aqui desde 70, sempre com o café. Estamos preparados para, pois a esperança é a ultima que morre. Caso não tenha produção ano que vem aí vamos colocar pasto”, disse o agricultor.



Fonte: Umuarama Ilustrado extraido Peabirus

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