09/02/2012
Rafael Freitas (redacao@eshoje.com.br)
O diretor do Departamento de Café do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Edilson Martins de Alcântara, esteve reunido com produtores de café na manhã desta quarta-feira (08) para prestar esclarecimentos e levar para Brasília as dificuldades dos cafeicultores capixabas. O principal assunto abordado foi sobre o sistema de importação drawback, adotado no Brasil, além de questões sobre logística, transporte, armazenamento, crédito e licenciamento ambiental.
O drawback é a prática da importação do café “cru” para posterior reexportação, com o produto já industrializado e com maior valor agregado. O objetivo é diminuir custos na industrialização do produto no exterior, onde há mão de obra mais barata. Em 2011, três milhões de sacas de café do Espírito Santo foram exportadas por meio dessa prática.
A reclamação dos produtores capixabas é que deste modo o mercado brasileiro não se desenvolve, tornando menos competitivo em relação a outros países produtores. “Desde que foi implantado esse sistema tem gerado discussões. Depois dele, o jovem já não fica no campo porque não tem uma expectativa concreta de melhoria na renda. Ele prefere ir para a cidade onde o desenvolvimento é mais concreto”, afirma Giovani Sossai, produtor de Jaguaré.
O diretor do Mapa, Edilson Martins, compreende o problema, mas diz que há muita especulação. “O produtor tem que se manter atento, o mercado do café é o mais especulativo do agronegócio. Qualquer boato de superprodução assusta os investidores e provoca queda no preço”, explica.
Além do diretor do Ministério da Agricultura, outras autoridades estiveram presentes no local como o Superintendente do Ministério de Agricultura no Espírito Santo, José Arnaldo de Alencar, o presidente da comissão nacional do café (CNA) e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo, Júlio Rocha. Cerca de 15 cafeicultores de várias cidades também estiveram na reunião.