Cafeicultora usa o Instagram para ‘descomplicar’ o café especial

Tratos e colheita mecanizada foram demonstradas na prática

Assessoria de Comunicação do Sistema Faemg Senar

Cansada de presenciar a falta de informação sobre o café especial, Ana Carolina Correa Malta, cafeicultora de Manhumirim, na região do Caparaó, decidiu transformar seu Instagram em uma verdadeira sala de aula virtual. 

Com linguagem simples, bem-humorada e vídeos informativos, Carol, como é conhecida, leva conhecimento aos amantes do café e potenciais clientes, desmistificando o mundo desse produto tão apreciado e abrindo portas para o consumo.

Com esse trabalho, Carol, que é neta de um dos primeiros exportadores de café orgânico do Brasil e criadora da marca Vidas Gerais Café, lançada em 2018, já tem mais de 9 mil seguidores. Ela conta que frequenta feiras, exposições e eventos desde 2021, levando sua produção de cafés de alta qualidade e se aproximando dos consumidores. 

Foi nesses espaços, em contato direto com o público, que ela percebeu a necessidade de democratizar o acesso à informação sobre o café especial. “Comecei a entender que falta conhecimento. Soube o que os clientes querem ouvir. Eu, que sou neta de produtor e produtora, não sabia o que era café especial, imagina o consumidor final?”, comenta Carol.

Sucessão familiar: superando desafios e aprendendo com o Senar

A cafeicultura corre nas veias de Carol, que é a quinta geração da família a trabalhar com o café, mas o processo de sucessão familiar não foi fácil. Engenheira de Produção, Carol, que inicialmente não se identificava com a atividade, por meio do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhumirim, encontrou no Senar a oportunidade de se capacitar e transformar o café especial em sua paixão. Inspirada pelo espírito empreendedor e visionário de seu avô, Paulo Augusto Correa, ela decidiu investir em conhecimento e se tornar cafeicultora.

Carol realizou diversos cursos na área do café e da gestão. A produtora reconhece a importância dos treinamentos e o papel do Senar em sua trajetória: “Devo ter feito todos os cursos sobre café. Cheguei sem saber nada e tudo o que o Sistema Faemg Senar me ensinou eu faço, adaptando as técnicas à minha realidade. O Senar é muito importante na minha história e eu aproveito todas as oportunidades que ele me oferece”.

O vice-presidente do Sindicato e agente de desenvolvimento rural, Rudson Cúrcio reforça que a produtora é um exemplo de que o conhecimento colocado em prática dá resultados.  “Ana Carolina é associada e fez muitos cursos, não só para ter os certificados, mas para usar o seu aprendizado, e isso é gratificante para nós. Esse é o papel do Sistema Faemg Senar, promover o cafeicultor, modificar a sua realidade, qualificar a pessoa e prepará-la para inovar e crescer no mercado”. 

Desde 2022 a produtora também participa do grupo de Assistência Técnica e Gerencial – 

ATeG Café+Forte e conta que o acompanhamento a fez desenvolver estratégias para cuidar da lavoura. “Estamos focando em uma área menor e conseguindo fazer com que ela seja mais produtiva”. 

Democratizando o Sabor

A paixão por democratizar o consumo de café especial, facilitando o acesso por meio do preço, levou Carol a criar linhas variadas de preços para o produto.  O café gourmet, batizado de Vô Paulinho, é comercializado a R$ 25, 500 gramas e as linhas de cafés especiais custam de R$ 30 a R$ 60, em embalagens de 250 gramas.

Além das vendas feitas por meio das redes sociais e nas feiras, Carol tem revendedoras de seu produto nas capitais Belo Horizonte e Vitória. Segundo Carol, o conteúdo nas redes ajuda na captação e na fidelização dos clientes. 

Atualmente as vendas mensais ficam entre 200 e 300 pacotes de café. “A meta é vender 1000 por mês até o final deste ano”, afirmou a cafeicultora. 70% do total de vendas é de café gourmet. “Criei essa linha para quem quer conhecer o café de verdade e sair do café tradicional”, contou.

Defensora da presença e valorização das mulheres na cafeicultura, Carol é uma das diretoras da Associação de Mulheres do Café da região das Matas de Minas e Caparaó (Amuc). “Quando conheci o mundo do café especial, senti falta de encontrar as mulheres nos espaços. Hoje, sei que somos muitas e queremos mostrar nosso trabalho”, destaca Carol.

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