Em 07/06/06
Maurício Miarelli, presidente CNC
Produtores estão receosos quanto à liberação de drawback para o café imediatamente, conforme proposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O setor quer que sejam feitos estudos antes de o benefício ser concedido.
No anúncio do Plano Agrícola e Pecuário, no final de maio, o governo manifestou a intenção de permitir a isenção de impostos na importação de matérias-primas desde que o produto final seja exportado.
Atualmente, apenas frutas, algodão, camarão, carne de frango e carne suína gozam dessa isenção. A liberação do drawback tem que ser submetida à Câmara de Comércio Exterior (Camex), que ainda não tem data definida para se reunir.
“Adotamos uma posição de precaução responsável”, diz Maurício Miarelli, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). Segundo ele, o tema já faz parte da pauta de discussão do setor, mas ainda não foi tomada uma posição de todo o agronegócio do café – as propostas estão sendo levantadas e serão discutidas brevemente.
Na avaliação de Miarelli, é necessário que sejam feitos estudos para ver as vantagens e desvantagens do uso do drawback para o café verde. “É preciso considerar a renda do produtor”, argumenta.
O presidente do CNC lembra que o cafeicultor vem de um período de quatro anos de crise, que resultou em um prejuízo de US$ 2,5 bilhões, e está em processo de recuperação – atualmente, os preços em reais empatam com os custos de produção. Por isso, qualquer medida a ser adotada precisa ser rigorosamente analisada para que não prejudique ainda mais o produtor.