“O solo é bom, nossa equipe de profissionais é capacitada e nós não
economizamos em adubos e defensivos.” Esse, segundo o produtor Miguel Moreira de
Carvalho, é o segredo para a sua produtividade, que na média é de 67 sacas por
hectare.
Classificado em nono lugar no Concurso Nacional de Qualidade de
Cafés, da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), ele diz que o
prêmio foi gratificante e que “é a prova de que o trabalho da gente é
reconhecido”.
Paulista, filho de família baiana, há 21 anos Miguel
Carvalho veio de Cascavel (PR) para o oeste da Bahia. Na fazenda Carvalho,
distante cerca de 180 quilômetros de Barreiras, ele produz também soja, milho,
feijão e arroz. Há seis anos, em 100 hectares irrigados com água do Rio Roda
Velha, ele cultiva o café catuaí vermelho 88 e está satisfeito com os
resultados.
O café, diz ele, “igual às outras culturas, exige certos
cuidados técnicos e específicos e nossa preocupação é fazer tudo na hora certa,
sem economia nos insumos e contando com uma equipe de pessoas gabaritadas e
conscientes do seu papel”.
Para ele, o mercado mundial “apresenta uma
boa perspectiva para o café de qualidade”, embora destaque que os preços – que
estão entre R$ 240 e R$ 245 a saca de 60 kg – não sejam bons para os cafés
finos, aqueles destinados para exportação.
Entretanto, a confirmação do
aumento no consumo do café nos mercados interno e externo e o fato de a oferta
não estar acompanhando a demanda, para ele, é uma das esperanças dos
cafeicultores de que os preços devem reagir.
Para a safra 2005 do café do
oeste, a estimativa é de uma área plantada de 13.665 hectares e uma produção de
680 mil sacas, segundo o assessor de Agronegócio da Aiba, Ivanir Maia. A
história do café irrigado no cerrado faz 11 anos, com uma produtividade de 55
sacas de hectare, uma das maiores do mundo e bem superior à cultura de sequeiro.
A média geral do café brasileiro é de 19 sacas por hectare.