Cafeicultor busca capacitação do Senar e melhora custo de produção

Lisa Fávaro, de Lavras



O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Mas a forte seca que atingiu as plantações do grão no estado de Minas Gerais provocou queda na produtividade e, consequentemente, a elevação dos custos. Para driblar situações de crise no campo, o investimento em capacitação é fundamental.


E foi justamente isso que o cafeicultor do sul de Minas, Marcelo Reis fez.  Ele buscou melhorar o manejo e o custo da produção por meio de técnicas apresentadas no Curso Manejo Integrado de Pragas e Doenças oferecido pelo Senar Minas. O treinamento foi ministrado pelo engenheiro agrônomo Henrique Frederico Santos e teve como objetivo capacitar os trabalhadores da fazenda para o conhecimento e manejo de pragas e doenças do café.



Marcelo Reis é proprietário da Fazenda Santana das Perobas, que fica em Três Pontas, no sul de Minas. Ele tem uma área plantada de 75 hectares do grão nas cultivares Bourbon, Mundo Novo, Acaia, Icatu e Topázio. Segundo o cafeicultor, a expectativa para a safra 2014 / 2015 é de 2.560 sacas de café.


O cafeicultor afirma que as técnicas vistas no curso proporcionaram ganhos na produtividade, já que a equipe de trabalho teve a oportunidade de ir a campo para aplicar os conceitos propostos pelo instrutor, que apresentou formas mais eficazes de prevenção e combate às pragas e doenças do cafeeiro.


Segundo Marcelo, qualquer empreendimento, seja rural ou não, necessita de um planejamento de custos e, se possível, uma redução deles. Esse, segundo o produtor, é um dos desafios de hoje para se manter no mercado e o curso veio acrescentar as informações que ele necessitava: “o treinamento é um dos pilares que sustentam a nossa empresa rural. O curso de Manejo de Pragas e Doenças, em particular, trouxe expressiva contribuição ao trabalho que vínhamos realizando há tempos na fazenda”, conta.


Otimizando recursos


Segundo o instrutor Henrique, os funcionários da fazenda aprenderam a identificar, em campo, as pragas e doenças das lavouras de café, as condições favoráveis para o desenvolvimento de cada uma delas e identificar as possíveis épocas de ocorrência de acordo com clima, evitando o uso dos “calendários” distribuídos por empresas fabricantes de defensivos agrícolas que indicam épocas de uso de produtos, por vezes sem necessidade. “Foram realizados também levantamentos amostrais de cada praga e doença com o objetivo da tomada de decisão do controle, baseado nos níveis de equilíbrio, controle e nível de dano econômico”, explica o instrutor.



Também foram apresentadas técnicas alternativas de controle, como instalação de quebra ventos, manejo do mato, manejo de adubação, espaçamentos adequados, controle biológico, controle genético com uso de variedades resistentes da planta, dentre outros.


“O objetivo foi apresentar técnicas para reduzir o uso de agrotóxicos e, com isso, reduzir os riscos de contaminação do trabalhador e do meio ambiente”, ressalta Henrique. No fim do curso, após a realização das amostragens e interpretação dos resultados, o produtor identificou que estava comprando um produto que não estava adequado ao momento e conheceu alternativas mais baratas e adequadas para solucionar o seu problema atual.


Após o curso e algumas mudanças de comportamento no campo, Marcelo já notou melhorias na empresa rural. Ele diz que interesse e conhecimento alinhados à observação e busca de economia fazem a diferença no produto final. “A mudança de algumas de nossas práticas trouxe bons resultados, conseguimos diminuir os custos de produção sem perder a qualidade do grão, isso me deixou muito satisfeito”, comemora.

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