Com preços para a produção lucrativos nas últimas duas safras, os cafeicultores de Minas estão retomando os investimentos na cultura e apostando em tecnologia e mecanização dos cafezais
Com preços para a produção lucrativos nas últimas duas safras, os cafeicultores de Minas estão retomando os investimentos na cultura e apostando em tecnologia e mecanização dos cafezais. Um dos reflexos da retomada dos investimentos foi percebido durante a Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri), promovida pela Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no Sul de Minas. O faturamento obtido com a comercialização durante o evento foi 30% superior à edição anterior.
De acordo com o gerente de Comunicação e Marketing da Cooxupé, Jorge Florêncio Ribeiro Neto, os resultados da feira surpreenderam os organizadores. O faturamento gerado com a venda de produtos da cooperativa alcançou R$ 33,7 milhões, o que representou alta de 30% sobre os valores obtidos na edição anterior, em 2010. A retomada dos investimentos é considerada fundamental para garantir a qualidade final do produto e reduzir os custos, principalmente em relação à mão de obra.
“Os cafeicultores estão otimistas com as perspectivas para a safra atual e investem em tecnologia e na aquisição de máquinas, equipamentos e insumos. O resultado esperado por eles é o aumento da qualidade dos grãos e da produtividade e a redução dos custos de produção, principalmente no que se refere à mão de obra, que é um dos mais elevados para a cultura”, observa
Ribeiro Neto.
Ainda segundo Ribeiro Neto, além dos estandes da cooperativa, a Femagri reuniu representantes dos setores que fornecem insumos, máquinas e equipamentos para a atividade. Neste grupo, as vendas durante o evento alcançaram R$ 37 milhões. O faturamento total obtido com as vendas ao longo da feira foi de R$ 70,7 milhões.
Segundo os dados da cooperativa, entre os equipamentos agrícolas, a concentração das vendas ficou por conta dos modelos de atomizadores, pulverizadores e das derriçadeiras de café. Durante os três dias da feira, foram negociados 30 caminhões, 189 tratores, 27 colhedeiras automotrizes, 82 veículos e 63 motos, entre outros equipamentos, maquinários e insumos.
No espaço destinado à feira, 25 mil metros quadrados no total, sendo 16 mil metros quadrados fechados e o restante aberto, foram montados cerca de cem estandes. O número de expositores foi 37% superior ao da edição anterior. Cerca de 21 mil pessoas visitaram o evento.
“O cafeicultor de Minas Gerais já está consciente da importância de investir na cultura para garantir resultados positivos”, afirma Ribeiro Neto.
Sustentabilidade – A edição da Femagri 2012 teve como foco a mecanização e a sustentabilidade no campo. Além do acesso aos fornecedores de insumos e equipamentos, os cafeicultores também participaram de palestras, workshops e demonstrações práticas na Fazenda Experimental. O tema do evento foi escolhido devido à importância no cenário mundial, principalmente em relação à mecanização voltada para a redução dos custos de produção e para o ganho de competitividade.
Entre as palestras, a que mais se destacou abordou a utilização de gramíneas e leguminosas para a cobertura de solo, o que ajuda a fixar nutrientes e a umidade no solo, contribuindo para o bom desempenho do cafezal.
“Procuramos criar na feira um espaço dedicado à divulgação dos estudos e pesquisas mais recentes voltados para a cafeicultura. Temos como objetivo atualizar os cafeicultores cooperados da Cooxupé, principalmente por estes serem, em grande maioria, de pequeno porte, cerca de 80%, o que em muitos casos dificulta a disseminação das informações”, acrescenta o gerente.