Café volta a subir em Nova York , mas não rompe as máximas da semana

A possível escassez de oferta de café no mercado internacional e bases técnicas altistas garantiram os ganhos para o grão nesta quinta-feira na ICE Futures Us, com os fundos se mantendo compradores dentro do range verificado há alguns dias.

No encerramento do dia, o dezembro apresentou alta de 110 pontos, com 142,65 centavos de dólar por libra peso, com a mínima em 142,50 e a máxima em 142,90 centavos por libra, com o março aferindo um ganho final de 105 pontos, com a libra a 142,70 centavos, sendo a máxima em 144,20 e a mínima em 141,70 centavos de dólar. Na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve alta de 9 dólares, com 1.382 dólares por tonelada, ao passo que o março apresentou valorização da ordem de 7 dólares, com 1.413 dólares por tonelada.

O contrato futuro de março se moveu modestamente para cima nesta quinta-feira, no entanto, as cotações ficaram dentro de um range constituído ao longo desta semana, entre 140,00 e 148,00 centavos por libra peso, após os preços terem tocado nas máximas de sete semanas na segunda-feira.

Pouco dinheiro vem sendo investido no mercado de café, em meio a uma situação de qualidade pobre dos grãos brasileiros e de um atraso substancial na safra dos países centro-americanos, disse um analista.

Compras especulativas de fundos, principalmente nas baixas e vendas de origens nas máximas fizeram com que os contratos tivessem um dia de altas, mas que não rompessem o range anterior, segundo apontou Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group, em Chicago. “Nós tivemos algumas dificuldades para ir além por conta das ofertas de origens e ficamos a procura de alguns corajosos para puxar esses preços acima das máximas recentes”, pontuou Scoville.

Os grandes fundos, que não têm interesse em ter a commodity fisicamente, estão seguindo uma tendência técnica e estão relutantes em levar os preços acima das máximas do range da semana. “Os futuros de café têm potencial para subir além dos 150,00 centavos de dólar por libra peso”, apontou Scoville.

O cenário fundamental para o café aponta para uma menor disponibilidade global do grão. A OIC (Organização Internacional do Café) espera que a safra 2009/2010 fique entre 123 e 125 milhões de sacas, contra 128 milhões do ano anterior, devido, principalmente, a uma redução nas produções de países como Brasil e Colômbia, primeiro e quarto maiores produtores, respectivamente. O consumo global, por sua vez, continua em alta e deve fechar 2009 em 132 milhões de sacas, contra 130 milhões de 2008.

As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 9, somaram 446.747 sacas, contra 440.563 sacas do mesmo período de novembro, também de acordo com o Cecafé.
Os estoques de café certificados na bolsa de Nova Iorque tiveram um aumento de 693 sacas, indo para 3,169 milhões de sacas. Os contratos em aberto na bolsa nova-iorquina aumentaram 368 lotes, totalizando 120.495.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 8.534 lotes, com as opções tendo 3.844 calls e 1.855 puts.

O março na ICE Futures US tem suporte em 141,70, 141,50, 141,35, 141,25, 141,10-141,00, 140,80, 140,65, 140,50, 140,30 e 140,10-140,00 centavos de dólar por libra peso, com a resistência em 144,20, 144,40-144,50, 144,70, 144,90-145,00, 145,15, 145,30 e 145,50