Café volta a recuar na ICE com oscilações modestas

15 de janeiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Café da Terra

15/01/2014

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com poucas variações, em uma sessão calma em que, mais uma vez, teve o referencial de 120,00 centavos de dólar por libra peso como bússola para a posição março, que se mostrou pouco volátil, sem maiores pressões no lado comprador ou no lado vendedor

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Ao longo da manhã, os preços não apresentaram oscilações mais efetivas. Na segunda metade do dia, os vendedores deram sinais de que poderiam ampliar as liquidações, mas, logo abaixo dos 119,00 centavos, não conseguiram amealhar maior fôlego, permitindo, desse modo, que os terminais não tivessem oscilações das mais consistentes.

O mercado, depois das boas trepidações de início de ano, se vê mais travado e as previsões sobre a safra brasileira de 2014 já estão efetivamente bem digeridas. Muitos players que trabalhavam com a perspectiva de o país vai colher um volume recorde ao longo desta temporada já refizeram seus cálculos e outros questionam se o ano será de superávit ou déficit do grão.

Os estoques, é verdade, ainda são consistentes, ainda que o volume certificado, tanto de arábicas, na ICE, como de robustas, na bolsa de Londres, se mostre em queda franca. Ainda assim, importantes players demonstram que podem ter ferramentas para enfrentar preços tão fracos quanto aqueles praticados ao final do exercício anterior.

O Brasil, no segundo semestre de 2013, realizou um procedimento de opções, segurando 3 milhões de sacas, e poderá repetir a dose em breve, além de ter uma política constante de crédito para o setor, ao passo que o Vietnã vem se mostrando mais efetivo em limitar vendas, em busca de preços que supram as necessidades dos produtores locais. Enfim, o ano ainda engatinha, mas o mercado cafeeiro já se mostra ativo.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve queda de 65 pontos, com 119,20 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 120,50 centavos e a mínima de 118,15 centavos, com o maio registrando baixa de 70 pontos, com 121,45 centavos por libra, com a máxima em 122,75 centavos e a mínima em 120,45 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve queda de 11 dólares, com 1.728 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 11 dólares, para o nível de 1.701 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela tranqüilidade na casa de comercialização norte-americana. Em nenhum momento o março conseguiu buscar a máxima da sessão passada, que foi de 121,50 centavos e, diante disso, um espaço foi aberto para que algumas vendas fossem processadas. Elas, no entanto, não foram das mais consistentes e contribuíram para que a primeira posição continuasse confortável próxima do referencial de 120,00 cents. No segmento externo, o dia foi de poucas oscilações para o câmbio, com as bolsas de valores nos Estados Unidos tendo boa valorização, enquanto no segmento de commodities softs as baixas foram detectadas para o café, suco de laranja e açúcar, com altas para cacau e algodão.

“O viés para o café é consolidativo. Diante disso, sessões como a desta terça-feira são até esperadas. Poucos negócios, volatilidade mínima e a garantia de que os preços fiquem próximas de um referencial. Mas dentro de um quadro de consolidação também existe um espaço para se verificar a tendência, os próximos passos. Os players continuam ressaltando que os grandes fundos inverteram a mão e passaram a ficar comprados. Para alguns, isso pode ser indicativo de que eles busquem adquirir no curto prazo, num movimento técnico, o que não inviabilizaria novas ações de liquidação logo na seqüência”, disse um trader.

As remessas internacionais de café verde do Brasil somaram 27,84 milhões de sacas em 2013, aumento de 11,5% ante 2012, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Considerando o café industrializado, o volume de café exportado pelo Brasil apresentou uma alta de 10,2% em relação ao ano anterior, totalizando 31,22 milhões de sacas. Os dados indicam que a exportação brasileira de café em 2013 está se recuperando em termos de volume, se comparada ao ano anterior, período prejudicado pelo excesso de chuvas. Em 2011 e 2010, o Brasil embarcou mais de 33 milhões de sacas. De acordo com o levantamento, em 2013 o café da variedade arábica respondeu por 85% das vendas do país, enquanto o solúvel por 10,7 por cento, o robusta por 4,2% e o torrado e moído por 0,1%. As exportações brasileiras no mês de janeiro, até o dia 10, totalizaram 477.178 sacas de café, queda de 16,20% em relação às 569.370 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 7.100 sacas, indo para 2.680.986 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 120,50, 121,00, 121,05, 121,50, 122,00, 122,50, 122,60, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50, 125,00, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,50 e 129,00 centavos de dólar, com o suporte 118,15, 118,00, 117,85, 117,55-117,50, 117,00, 116,65, 116,50, 116,00, 115,70, 115,50, 115,10-115,00, 114,95, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00 e 112,50 centavos.

Fonte : Agnocafe

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