Café volta a a ter retração e fecha mais uma semana negra na ICE

17/06/2013   Café da terra

Os contratos futuros de café arábica encerraram esta sexta-feira com novas baixas, com os níveis ficando próximos dos menores patamares de preço desde setembro de 2009 e ratificando o quadro baixista de curto, médio e longo prazo. O dia foi de retrações mais modestas que as verificadas, por exemplo, na quarta-feira. O julho não chegou a tocar a mínima da semana (que também é o menor nível em 45 meses), que foi de 121,10 centavos de dólar por libra, mas chegou a flutuar próximo desse referencial. Os ganhos ligeiros e corretivos identificados na quinta-feira foram devolvidos ao longo do dia.

Os especuladores continuam se posicionando fortemente no lado vendedor, ao passo que os compradores se mostram reticentes, tranqüilos diante de preços bastante deprimidos e com a perspectiva propagada por alguns players de que a disponibilidade de café vai se manter ampla no decorrer da temporada, principalmente com o injeção de um volume considerável do grão por parte do Brasil, o que compensaria a quebra observada na América Central e Caribe, por conta da ferrugem do colmo.

A posição julho sofreu nesta semana uma retração de 3,70%.A movimentação do dia continuou boa na casa de comercialização norte-americana, com muitos procedimentos de rolagem de posição, principalmente no intervalo julho e setembro. A primeira posição começa a ser notificada na ICE a partir da próxima quinta-feira, dia 20.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve queda de 145 pontos, com 122,25 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 124,70 centavos e a mínima de 121,85 centavos, com o setembro tendo desvalorização de 160 pontos, com 123,80 centavos por libra, com a máxima em 126,30 centavos e a mínima em 123,50 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve alta de 34 dólares, com 1.739 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 33 dólares, no nível de 1.764 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por registro de preços dentro de um intervalo mais curto que aquele trabalhado ao longo da semana. Sem conseguir testar os 125,00 centavos, o que se verificou foi o acionamento de novas ordens de venda e as perdas foram registradas. Nas mínimas do dia, algumas recompras de comerciais foram observadas e elas permitiram amenizar, em parte, as perdas.O mercado externo teve dólar neutro em relação a uma cesta de moedas e as commodities assumindo caminhos divergentes.

“Apesar de o dólar ter se mantido estável, no Brasil ele voltou a ganhar corpo ante o dólar e isso estimulou também a ação de alguns vendedores dessa origem. O cenário é negro e não parece haver luz no final do túnel. Os preços em zonas de comercialização também estão muito deprimidos. A Colômbia registrou quedas sucessivas para a carga de café, que nesta semana atingiu os menores níveis desde 2008 e no Vietnã o robusta está sendo negociado no nível mais baixo de preço em mais de um ano e quatro meses”, disse um trader.

A queda acentuada nos preços arábica atingiu a receita dos embarques dos produtores de café em todo o mundo. Os ganhos médios mensais de embarques caíram 25% para 1,5 bilhão de dólares, segundo cálculo da Organização Internacional do Café. De acordo com a entidade,  os embarques mensais têm consistentemente mantido um volume de 8 a 10 milhões de sacas, desde o início de 2012, mas as receitas provenientes dessas exportações caíram de forma significativa.

As exportações brasileiras no mês de junho, até o dia 12, totalizaram 399.187 sacas de café, queda de 1,89% em relação às 406.902 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 225 sacas, indo para 2.746.098 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 43.197 lotes, com as opções tendo 4.585 calls e 1.910 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 124,70, 124,90-125,00, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,40-128,50, 129,00, 129,50, 129,75 e 129,90-130,00 com o suporte em 121,85, 121,50, 121,35, 121,10-121,00, 120,50, 120,10-120,00, 119,50, 119,00, 118,50, 118,00, 117,50, 117,00, 116,50, 116,00 e 115,50 centavos.

Fonte : Agnocafe