Café viveu “montanha-russa” no mercado em junho, mas balanço foi positivo com apreensões com oferta

Londres voltou a comandar as ações, puxando para cima ou para baixo também o arábica na Bolsa de Nova York

Porto Alegre, 28 de junho de 2024 – O mercado de café teve um mês de junho de balanço positivo nas cotações, valendo tanto para o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), para o robusta em Londres e também no Brasil. Foi mantida a intensa volatilidade, com dias e dias de montanha-russa nos preços, com o cenário financeiro instável, com oscilações do dólar e de outros mercados, e também diante dos fundamentos.

As preocupações com a oferta global, sobretudo com o robusta/conilon, seguiram comando movimentos positivos nos preços nos fundamentos. E Londres voltou a comandar as ações, puxando para cima ou para baixo também o arábica na Bolsa de Nova York.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o mercado internacional continua muito sensível à perspectiva de safra no Vietnã e ao andamento da safra do Brasil, bem como, à flutuação do dólar, especialmente frente à moeda brasileira. No Vietnã, a oferta disponível é curta e há grandes preocupações com a safra 2024/25 de robusta do país em função do clima seco. O arábica nova-iorquino voltou a ensaiar novos ganhos, mas acabou retornando ao intervalo entre 220 e 230 cents, indica Barabach.

“No Brasil, o mercado segue firme, além da valorização externa encontra sustentação na disparada do dólar contra o real. O produtor mais capitalizado continua dosando vendas, apoiado nos preços elevados e na expectativa em torno do inverno no Brasil, que começou oficialmente na semana passada. O dólar alto entra no radar e deve servir como fator importante de decisão de comercialização”, indica Barabach.

Dúvidas produtivas em relação ao tamanho da safra brasileira também ofereceram sustentação ao mercado global. Por outro lado, o país manteve desempenho recorde nas exportações nos últimos meses e deve encerrar a temporada 2023/24 com recorde também, o que limita avanços e fez NY se manter na faixa de 220 e 230 centavos.

    No balanço mensal de junho até o dia 27, na Bolsa de NY o contrato setembro acumulou uma alta de 2,3%, saindo de 221,25 centavos de dólar por libra-peso ao final de maio para 226,35 centavos no dia 27 de junho. Em Londres, a alta do robusta foi de 1,5%.

No Brasil, o mercado seguiu as bolsas e ganhou força também com o dólar. O café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais chegou ao dia 27 de junho (quinta-feira) em R$ 1.340,00 a saca na base de compra, alta no mês de 6,35%. O conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, acumulou em junho até o dia 27 elevação de 5,7%, fechando o dia em R$ 1.205,00 a saca.

Lessandro Carvalho / Agência SAFRAS

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