O preço médio do café brasileiro comercializado no exterior teve acréscimo de 6% no mês de abril, em comparação com março, passando o custo de cada saca de 60 quilos embarcada de US$ 116 para US$ 123. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), que divulgou os dados nesta sexta-feira, o aumento confirma uma tendência de recuperação de preços verificada desde 2002.
O volume de abril, de 1.723.325 sacas, foi 15% menor em relação a igual mês de 2005, quando foram computadas 2.035.385 sacas. Para Guilherme Braga, diretor-geral do CeCafé, a queda já era previsível, em função de uma safra menor e da redução drástica nos estoques internos. “Estamos no 10º mês da safra, faltando apenas dois meses para o final, e o Brasil já exportou 70% da produção, o que, neste ano-safra, foi referente a cerca de 20 milhões de um total de 33 milhões de sacas”, afirma.
Segundo Braga, o volume normalmente exportado é de cerca de 26 milhões de sacas, devendo chegar a apenas 23 milhões pela redução na produção. Ele comentou que o produto enfrentou um ciclo de preços baixos, e a queda da safra serviu para equilibrar a demanda. “Tivemos uma recuperação de preços ao longo do ano-safra, mas não foi expressiva. Os estoques de outros países exportadores serviram para abastecer o mercado, não deixando chegar à escassez do produto”, disse.
Para o analista de mercado agrícola da Safras e Mercados Consultoria Gil Barabach, especialista em café, o aumento de preços se deu pela alta no mercado do petróleo, que fez os preços subirem num período que o produto apresentava desvalorização.
“O custo da libra-peso alcançou uma média de US$ 119,44 em janeiro, que foi o melhor mês do ano para o café. Em março, o café estava em US$ 106,83 a libra-peso, e no mês de abril apresentou uma pequena melhora, para US$ 107,88, por causa da alta do petróleo”, disse o analista. Segundo Barabach, até o mês de agosto, ou setembro, o preço do produto deve apresentar queda, se não houver problemas com a safra vigente.
Os maiores mercados consumidores do café brasileiro são a Alemanha e os Estados Unidos, que consomem juntos cerca de 40% da produção do País. Neste ano-safra, eles foram responsáveis pela compra de 10 milhões das sacas que foram revertidas para o mercado externo. Os Estados Unidos são o maior mercado mundial consumidor de café, seguido pelo Brasil.