Café: Vendedores voltam a se sobrepor e café tem nova baixa na ICE

20 de janeiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

20/01/2014

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com quedas, ainda que apenas modestas, em uma sessão caracterizada por vendas especulativas, mas com a manutenção dos parâmetros trabalhados recentemente.

Durante a primeira parte da sessão, o março chegou a registrar algumas retrações mais efetivas, no entanto, em nenhum momento a mínima da semana — de 115,95 centavos de dólares — foi testada. O mercado encerrou a semana trabalhando parâmetros técnicos, sendo que os players continuam a avaliar questões como os estoques globais, a produção de importantes players, a demanda, entre outros aspectos.

O Citigroup, um importante conglomerado financeiro dos Estados Unidos, avaliou, ao longo desta sexta-feira, que os preços médios para o arábica neste ano poderão girar próximos de 123,00 centavos, sendo que essa instituição vê a produção mundial de café em 152,5 milhões de sacas, o que geraria um déficit de cerca de 500 mil sacas. Essa é mais uma trading que modifica padrões de cálculo para o comportamento do mercado.

Até há pouco tempo, não eram poucas as empresas que avaliavam a safra brasileira como próximo do recorde do país, no entanto, depois da verificação de duas produções bastante intensas, o que se registra são árvores estressadas e, desse modo, o potencial produtivo neste ano de 2014 não deverá ser dos mais efetivos. Com isso, também se mudam alguns parâmetros sobre os preços. Ao longo de 2013, era opinião de grande parte dos participantes que o café ficaria em níveis de dois dígitos e agora vários desses players já falam em cotações mais efetivas, próximas das trabalhadas atualmente.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve perda de 120 pontos, com 117,15 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 118,10 centavos e a mínima de 116,30 centavos, com o maio registrando retração de 125 pontos, com 119,35 centavos por libra, com a máxima em 120,45 centavos e a mínima em 118,55 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve queda de 25 dólares, com 1.710 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 20 dólares, para o nível de 1.683 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela tranqüilidade na bolsa norte-americana, com os vendedores se mostrando mais efetivos, sem, contudo, modificarem a tendência construída ao longo da semana. No segmento externo, o dia também foi bastante calma, com poucas oscilações para os país negociados nas bolsas de valores dos Estados Unidos. Já o dólar se valorizou em relação a várias moedas internacionais, o que não significou necessariamente uma pressão sobre os softs, que só tiveram perdas para o café e para o cacau. Essa última matéria-prima registrou retração de mais de 2%.

“O mercado se mostra focado em alguns aspectos importantes. Afinal, vamos ter superávit ou déficit de café? Parece uma pergunta estranha para um momento como esse, mas para muitos players é de vital importância ter esse posicionamento, afinal, a partir de uma idéia clara de como está estruturado o cenário é possível efetuar lances mais consistentes. É claro que ninguém espera que o Brasil vai deixar de exportar volumes consideráveis, mas é possível que essas remessas sejam inferiores àquelas que já haviam sido dadas como certas há dois ou três meses”, disse um trader.

Os embarques de café do Vietnã, ao longo do mês de dezembro, atingiram 118.027 toneladas, o que fez com que as exportações da safra, iniciada em outubro passado, chegassem a 265.371 toneladas, de acordo com dados revelados pelo governo local. Operadores em Ho Chi Min especulam que as remessas de janeiro deverão ter números mais consistentes, ainda que os prêmios não estejam em níveis tão satisfatórios.

As remessas tenderiam a subir por conta das vendas mais efetivas, antes das comemorações do ano novo lunar. Segundo a empresa Nedcoffee, que mantém escritório no país asiático, a pressão vendedora tem sido perceptível, mas neste ano os cafeicultores liquidam de forma mais moderada se comparado com as últimas temporadas.

As exportações brasileiras no mês de janeiro, mais especificamente até o dia 18, totalizaram 948.564 sacas de café, queda de 11,16% em relação às 1.067.828 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior. De acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), 853.148 sacas embarcadas são referentes a café arábica 45.904 sacas de conilon e 49.512 sacas referentes a solúvel. Também até o dia 18, o Cecafé registrou a emissão de 1.447.499 certificados de origem, queda de 9,33%, dos quais 1.277.758 são referentes a arábicas, 57.258 a conillon e 112.183 de solúvel.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.325 sacas, indo para 2.682.514 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 118,10, 118,50, 119,00, 119,50, 119,75, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,05, 121,50, 122,00, 122,50, 122,60, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50, 125,00, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,50 e 129,00 centavos de dólar, com o suporte 116,30, 116,00, 115,95, 115,70, 115,50, 115,10-115,00, 114,95, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00 e 110,50 centavos.

Fonte : Agnocafe

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