São Paulo (AE) – De tempos em tempos são retomadas as discussões se o café faz ou não mal à saúde. Dependendo da época e de quem está debatendo, o que em geral vai desde acadêmicos até consumidores, a ação da cafeína desponta com vantagens ou desvantagens. A novidade, entretanto, foge do âmbito da gastronomia e invade o mundo dos tratamentos de beleza.
Com a promessa de aperfeiçoar linhas, definir curvas e equilibrar formas, chega ao mercado nacional no fim deste mês o Perfect Forms Coffee Sculptor Creme Corporal Reafirmante. O produto tem a assinatura da Germaine de Capuccini, que tem sede em Alcoy (Espanha) e é representada no Brasil pela Skintec.
Formulado à base de café, o creme pretende tornar realidade o sonho de muitos: manter os contornos firmes e definidos sem necessidade de intervenção cirúrgica. “A silhueta se afina, a pele adquire um aspecto suave e as gorduras tendem a desaparecer em regiões mais conflitivas”, explica a consultora de estética da Skintec, Vânia Emiliozzi.
O Coffee Sculptor foi lançado mundialmente no final do ano passado. A marca espanhola fornece para cerca de 60 países da Europa, América, África e Ásia e só disponibiliza seus produtos depois de pesquisas e testes de comprovação de eficácia. “A distribuição no País demorou um pouco mais por questões de burocracia”, diz a especialista, frisando que todas as linhas de produtos da Germaine de Capuccini têm registro no Ministério da Saúde ou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme o caso.
NEUROCOSMÉTICO – Vânia diz que as propriedades dermatológicas da cafeína respondem pelos resultados. “É lipo-redutora, pois previne a formação de gordura; é lipolítica, que efetiva a função drenante ou de eliminar líquidos e toxinas; e também atua na combustão da gordura.”
Segundo ela, devido à sensação agradável na aplicação, trata-se de mais um exemplo de neurocosmético, que cuida de rejuvenescimento ao mesmo tempo que relaxa e protege as células nervosas existentes na pele. O conceito de neurocosmética – associando a conexão entre cérebro e beleza – prevê que a célula da pele está bem quando há controle do seu funcionamento por meio das fibras nervosas, correspondentes à integridade, mecanismos de renovação e resposta das defesas do organismo. Esses estímulos, por sua vez, são obtidos com cremes, géis e loções, que atuam como neurosensoriais e neuroprotetores.
APLICAÇÃO – O Coffee Sculptor deve ser aplicado diariamente, de preferência após o banho, com movimentos circulares ascendentes nas zonas de concentração de gordura – como abdome, coxas, glúteos e parte interna dos braços – e sua função inclui a hidratação.
“O uso pode ocorrer a partir do momento em que há adiposidade e celulite”, observa a consultora da Skintec. Ela acrescenta que a permeabilidade do produto é igual em todos os tipos de pele. “Em outras palavras, a penetração dermatológica se faz semelhante tanto para peles oleosas quanto secas.”
De acordo com Vânia, conforme se convencionou, as gestantes não devem lançar mão de produtos dermatológicos de estética. “Mas também é recomendável a aplicação na situação de pós-parto e depois de lipoesculturas.” A especialista afirma ainda que os estudos de sensibilidade do produto mostram que reações alérgicas foram descartadas em 99% dos casos. “Há pessoas altamente alérgicas que costumam reagir a qualquer coisa, daí é mais difícil, caso contrário não há problemas.”
CARACTERÍSTICAS E PREÇO – Embora surpreendente, o Coffee Sculptor não possui cheiro de café, mas apenas uma fragrância discreta, relata Vânia. “Não teria sentido as pessoas saírem por aí cheirando a café”, assinala. Também ao contrário do que se poderia imaginar, a coloração do produto é clara e a textura bastante fluida, o que permite uma rápida absorção. “Não fica pegajoso de forma alguma”, garante Vânia.
O preço do creme à base de café vai girar em torno de R$ 100, e sua distribuição será feita somente por clínicas médicas e spas. Com aplicações diárias, os frascos de 200 ml devem durar cerca de um mês. Os resultados – entenda-se a remodelação corporal -, conforme a consultora, podem ser constatados a partir do 10º ou 15º dia de aplicação, dependendo do organismo.
SERVIÇO Para outras informações acesse www.skintec.com.br ou www.germaine-de-capuccini.com.
BOXE
HISTÓRIA DO CAFÉ
Por Fabíola Girardin
Não existem evidências reais sobre a descoberta do café, mas há lendas sobre sua origem. De acordo com o site da Associação Brasileira da Indústria de Café (www.abic.com.br), uma das mais aceitas é a do pastor Kaldi, que viveu mil anos atrás na Absínia, atualmente Etiópia.
A lenda conta que Kaldi, ao observar suas cabras, notou que os animais manifestavam energia extra sempre que mastigavam frutos de coloração amarelo-avermelhada de alguns arbustos nos campos de pastoreio. Com a ajuda desses frutos, o rebanho conseguia caminhar vários quilômetros de subidas.
Kaldi comentou o fenômeno com um monge da região que decidiu experimentar o poder dos frutos. Ele os utilizou na forma de infusão e percebeu que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas longas horas de leitura do breviário. A descoberta se espalhou e criou uma demanda pela bebida. Evidências sinalizam que o café começou a ser cultivado em monastérios do Iêmen.
A Arábia foi a responsável pela propagação da cultura do café. A denominação, entretanto, não é originária da Etiópia, local de origem da planta, e sim da palavra árabe qahwa, que significa vinho. Por esse motivo, o café era conhecido como “vinho da Arábia” quando chegou à Europa no século 14.
Fim